Cinco grandes artistas me chamaram a atenção no último ano pela capacidade de se renovar aos 80 anos. Mais que isso, de mostrar como que, no esplendor dessa idade, maduros e tranquilos, parecem fazer coisas extraordinárias com, digamos, as mãos nas costas. Tal a forma com que fazem o que fazem parecer tão fácil 1. […]
melhores filmes
Os irmãos Weinstein atacam de novo, no intenso Álbum de Família
Os irmãos Bob e Harvey Weinstein estiveram à frente da produção e divulgação de alguns dos mais bem sucedidos filmes em território americano, nos últimos 25 anos. Pegaram no final dos anos 80 a onda dos filmes independentes, aqueles de pretensão mais artística que comercial, e deram a eles prestígio de superprodução. Apenas nos cinco primeiros […]
Vamos falar sobre Kevin, internet e nossa incapacidade de indignar
No meu tempo de redação, dizia-se que a dor da gente não saía no jornal para traduzir com poesia a frieza das manchetes. Depois, com a velocidade da TV que tornava os jornais já velhos logo de manhã, dizia-se que ela sequer durava o tempo de o jornal virar embrulho de peixe. Com os sites […]
Velho e novo, decadência e modernidade, no novo James Bond
O jogo recorrente de referências entre o novo e o velho, os métodos antigos de espionagem e o admirável mundo novo da alta tecnologia, é o mais encantador no novo James Bond. Mais talvez do que a atuação visceral de Javier Bardem como um vilão ambíguo, a mão leve de um diretor que nunca fez […]
Uma dança para dois no belo roteiro de Hope Springs
De camisola azul decotada, as marcas do tempo visíveis na pele sem maquiagem, Meryl Streep se ajeita no espelho logo na abertura de Um Divã para Dois . Toca o cabelo, alisa o rosto, mede se está suficientemente apresentável ou desejável para a tarefa difícil a enfrentar: ir até o quarto do marido tentar derrubar […]
Duas almas numa cidade sem alma
Revejo com prazer Encontros e Desencontros (Lost in Translation). Bill Murray é um velho ator decadente, entediado, com um casamento falido, que vai para Tóquio gravar um comercial de uísque e, diante da barreira da língua, afundar um pouco mais na angústia de não ser entendido. Vai buscar/descobrir cumplicidade em Scarlett Johanson, também perdida por […]
O Oscar, uma injustiça, a América e um prazer
Sobre o Oscar: 1. Só me pareceu injusto o prêmio de diretor para Tom Hooper, de O Discurso do Rei. É uma direção convencional, calcada no duelo de dois grandes atores. O merecedor seria Darren Aronofsky, de Cisne Negro, que fez um filme arrebatador e instigante ao fazer tanto a atriz quanto a personagem de […]
Natália Portman no limite, em Cisne Negro
Saindo de Cisne Negro e torcendo por Natalie Portman para o Oscar de melhor atriz, no próximo domingo. A impressão é que a atriz se machuca tanto quanto a personagem para extrair a perfeição de seu ofício. O filme é de uma beleza tráfica, em azul e preto, lindíssimo. E a menininha Portman, da saga […]