Militância furibunda dos dois líderes da pesquisa acabaram fortalecendo o ex juiz, que encarna o contraponto aos dois e pode ganhar mesmo perdendo
Leia do vídeo que pode também ser acessado ao pé do post, junto ao link do artigo que lhe deu base:
Eu vou contar para vocês porque eu acho que o Sergio Moro, apesar de ser o candidato mais rejeitado nas pesquisas, cerca de 60%, é o que mais tem condições de enfrentar Lula e Bolsonaro, porque que ele já saiu ganhando e vai ganhar a eleição mesmo perdendo.
Como ganhar perdendo? É o que eu vou te explicar, já pedindo de antemão para você curtir e se inscrever no meu canal, mesmo se você for petista ou bolsonarista, porque eu acredito e defendo que a gente pode ter uma divergência civilizada.
Bom. Vamos por partes.
Primeiro, é preciso dizer, como já publiquei num vídeo aqui, que Moro é um estagiário de política, que deveria se candidatar a senador, porque não tem carisma (com aquele discurso monocórdio e aquela voz de taquara rachada), não tem traquejo, jogo de cintura… e não parece ter a mínima habilidade para negociar com aquelas cobras de Brasília.
Não há hoje nenhum indicativo de que possa ser um candidato melhor do que Bolsonaro ou Lula, nesses quesitos todos e do ponto de vista de estratégia de comunicação, de articulação e, depois, de administração.
Para chegar lá, ele vai ter que aprender a se comunicar melhor, melhorar o conteúdo que não pode ser só corrupção, muito pelo contrário, mas, principalmente, na forma.
Tem que aprender um mínimo de apelos retóricos para amenizar aquele discurso paisagístico de quem fala sempre em tese, não fulaniza, não polemiza para não ter que contestar. E, se possível, com boa fonoaudióloga, melhorar a voz.
O que não é de todo um problema insanável. Ele pode mascarar essas carências com uma equipe competente e a maquinaria infernal da publicidade, que a gente sabe muito bem que pode maquiá-lo, calá-lo, escondê-lo dos debates e transformar seus defeitos em virtudes. Acontece nas melhores campanhas.
Mas, apesar disso ou por causa disso, ele é de longe o que tem maior potencial de enfrentar os dois candidatos da ponta, Bolsonaro e Lula, porque nenhum outro encarna como ele o anti bolsonarismo e o anti petismo.
E isso se dá porque o próprio bolsonarismo e o próprio antipetismo se encarregaram de cristalizar nele o adversário que adoram odiar. Os petistas conseguiram lhe vestir a casaca de imparcial, os bolsonaristas, a de traidor.
Com isso, graças a essas duas militâncias furibundas nas redes sociais e a militância de boa parte da imprensa, que disfarça muito mal a oposição à sua candidatura, ele ganhou uma popularidade de pop star que já o coloca no terceiro lugar das pesquisas, desbancando Ciro Gomes.
O que quer dizer que ele já chegou naquela situação de quem já está ganhando, só de entrar no páreo. E onde eu quero dizer que vai ganhar essa eleição, mesmo se perder.
Sérgio Moro precisava desse palanque poderoso que vai ter agora para se defender da campanha pesada que lhe moveram a militância, mais ostensiva ou mais sutil, no governo, no Congresso, principalmente no STF e, claro, na imprensa, que está carpindo a culpa de tê-lo projetado no passado.
Mesmo se perder, ele vai ganhar o placar moral e mostrar que seus principais adversários, Lula e Bolsonaro, podem até ganhar, mas será uma derrota para o país.
A gente sabe que esse negócio de placar moral não vale nada, nem em futebol, nem em jogo de pôquer e muito menos em política. Mas que é a sua única chance de melhorar seu verbete na enciclopédia da história, depois de terem lhe queimado a biografia, sem que ele tivesse tipo competência e apoio para se defender.
Se passar como Rui Barbosa, já está de bom tamanho. Rui Barbosa é aquele cara de quem a gente ouve falar até hoje por ter enfrentado a polarização combinada dos coronéis de Minas Gerais e de São Paulo, em 1910. Perdeu, mas ninguém lembra de quem ganhou.
É o caso de Moro, agora. Está se candidatando a um lugar melhor na história do que o que lhe reservaram com uma campanha massacrante, desproporcional e injusta.
Olha. Nunca vão me convencer de que foi ele quem traiu Bolsonaro — e não o contrário — e nem que aquela meia dúzia de conversas com procuradores fora dos autos é equivalente aos crimes que ele combateu e ao tráfico de influência que os seus inimigos nas altas cortes de Brasília conhecem bem, até por experiência própria.
Mesmo se perder, vai poder dizer para seus filhos, seus netos e as próximas gerações que enfrentou com boas chances dois candidatos altamente rejeitados por motivos mais plausíveis e enfrentou também a falta de bom senso desse mundo maluco em que a gente vive.
Onde, a julgar por sua alta rejeição, é sinal de que os valores estão todos invertidos.
Eu sei que você meu seguidor bolsonarista ou petista não concorda comigo. Peço desculpas, eu respeito as suas opiniões, mas vou lutar tanto quanto possivel para tentar, com todo o respeito, convencê-lo do contrário.
Leia o artigo: Bolsonaristas e lulistas transformam Moro em terceira via real
Veja o vídeo:
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