Tudo bem, o filme é sempre do diretor, que tem uma visão holística do trabalho – é ele que define o que quer: iluminação, arte, tabalho dos atores, adequação do roteiro, etc. Mas determinados roteiristas talentosos têm um estilo tão marcante e coerente que parecem ser também meio donos dos filmes que escrevem, se não o melhoraram muito.
É o caso do teatrólogo inglês Peter Morgan, de 38 anos, que em se especializando em retratar grandes autoridades públicas no ápice de suas fragilidades. Como fez com a rainha Elizabeth e a morte da princesa Diana em A Rainha (interpretação de Oscar de Ellen Mirren); com Nixon numa entrevista histórica em Frost/Nixon; e com Idi Amin Dada no embate com seu médico em O Último Rei da Escócia.
Deve ser dele muito da responsabilidade pelo brilho de Além da Vida (Hereafter), de Clint Eastwood, que cruza três histórias em torno de experiências de quase morte. Fora a mão segura de Clint, que sempre dirige filmes claros e fortes, deve-se certamente ao roteirista a densidade da angústia que acomete a jornalista famosa que quase morre ou do vidente importante que não quer mais prever.
Clint Estwood, que também adora heróis em fase de decadência, deve ter encontrado o companheiro certo.
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