Com carreira curta, mas talento para cozinhar soluções imorais que pareçam legais, Rodrigo Pacheco chega ao segundo posto da República.
É recorrente que amigos me perguntem qual o segredo da carreira meteórica de Rodrigo Pacheco.
Aos 44 anos, com um único mandato de deputado federal — onde já chegou assumindo a poderosa Comissão de Constituição e Justiça — e apenas meio de senador, foi projetado ao segundo posto mais importante da República.
Desconfio que seja dinheiro, faro para estar no lugar certo e dons de alquimista para cozinhar soluções imorais que pareçam legais.
Herdeiro de empresa de ônibus e advogado do Mensalão em sociedade num grande escritório, se elegeu fácil em 2014 e arrestou a simpatia de legiões de deputados envolvidos com a Lava Jato.
Na Comissão de Constituição e Justiça, teve a maestria de reduzir a quase pó a proposta de Dez Medidas Contra a Corrupção, dos procuradores da Lava Jato, e os dois processos de impeachment de Temer, sem parecer que estava contra.
Com a habilidade para fazer o jogo que lhe interessa sem parecer que está interessado, conseguiu derrubar um projeto de lei que propunha reduzir de 15 para 10 anos o prazo para as empresas renovarem suas frotas. Ficou como está.
O consenso em torno dele, que começa no presidente da República e se estende por todos os partidos, deve ter a ver com sua competência para proteger todo mundo
Deve ser um cara brilhante e, a serviço do bem, fazer uma grande gestão.
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