São nuances, altas nuances, o que explica a superioridade absoluta do atual Bravura Indômita (True Grit), dos Irmãos Cohen, sobre o anterior, de Henry Hathaway. E mostram como a arte da direção, do roteiro e da interpretação evoluíram nos últimos 40 anos.
No filme de 70, claro e de planos abertos, os personagens são rasos, os diálogos tëm pouca força e os conflitos são diluídos em nome de uma história que precisa andar. Neste, escuro e de planos fechados, os roteiristas/diretores aproveitam todas as oportunidades de aprofundar o drama de seus personagens, os diálogos são potentes, o roteiro é enxuto e o conflito permanente move os três protagonistas – que se odeiam e se amam – sem perder a tensão da história.
Jeff Bridgs, pela força do texto, acaba saindo muito mais denso que o caubói John Wayne. E a menininha de agora (Hailee Steinfeld), por força da direção, é dramaticamente superior à antecessora (Kim Darby), que parecia uma Julie Andrews em A Noviça Rebelde, que não tivesse perdido o pai.
Não deve ser à toa que Hathaway passou como irrelevante por Holywood. E que os Irmãos Cohen façam jus à pecha de geniais, mesmo quando fazem um filme convencional. Dos bons.
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