A Mulher Aranha erótica não é o melhor de de Manara, mas suficiente para entender as intenções o tiro no pé da Marvel
Depois de inventar um Thor mulher e um Capitão América negro, a Marvel, a mais importante editora de quadrinhos do mundo, resolveu ir atrás de Milo Manara para erotizar e turbinar a capa de sua nova versão de Mulher Aranha.
Quem já ouviu falar do velho safado italiano, no melhor sentido da palavra, sabe do langoroso teor erótico de seus quadrinhos e entende perfeitamente a intenção da editora.
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É curioso para os fãs dos traços quase líricos do quadrinista, de uma leveza que afasta qualquer tentação de vulgaridade. Mas um acinte para o universo fanático dos fãs de quadrinhos, que defende as tradições de seus heróis com rancor de velhos colecionadores de selos.
No caso da capa que virou polêmica internacional e mereceu até acusações de machismo, a Mulher Aranha está mais para corpo pintado do que para o colant clássico que lhe delineava os músculos. Não é o melhor de Manara, mas o suficiente para enfatizar as intenções da editora.
Que vem apostando numa adaptação de seus heróis ao que ela entende como uma demanda das minorias étnicas dos novos tempos.
Fernando Guerra, um designer brilhante que entende tudo de quadrinhos, releva o lengalenga do fanticídio radical para atacar o que realmente importa. O que está pegando na editora é mais crise de criatividade do que com ousadia para expandir/modernizar seu público.
Como ele bem diz, renovação de heróis é possível desde que se aborde com inteligência aspectos desconhecidos de sua história – como foi a infância e a adolescência do Super Homem que geraram boas séries sem deturpar o original ou as tantas boas histórias para recontar as origens de ícones como Homem de Ferro, Homem Aranha ou Batman.
Se a editora precisa turbinar suas vendas atendendo ao que ela entende como um público ascendente, que crie outro herói compatível.
Deturpar personagens, como ela fez com Thor ou Capitão América e a DC Comics emendou com o Laterna Verde, atribuindo-lhe uma homossexualidade sem lastro histórico, é uma tremenda traição a algo que é sagrado para os fãs. E um tiro no pé.
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