Sobre o primeiro horário de propaganda eleitoral gratuita dos candidatos a presidente e governador às eleições de outubro:
1.
A política e seus atores não modernizam seus métodos, mas a publicidade brasileira está cada vez melhor. Fotografia, trilha sonora, roteiro, interpretação, timing. Padrão Lux.
2. O programa de Dilma mirou o tempo todo as donas de casa, onde se detectou sua maior rejeição. Mensagem esperta e subliminar sobre a mulher que tem que fazer tudo em casa e no trabalho: acordar cedo, cozinhar macarrão – mesmo de colar – e tocar um país. Pode ter sido erro a contradição de colocar Lula neste primeiro. A mulher de classe média gosta ainda menos dele. Ver o programa aqui >>>
3. Esperto o discurso de Aécio de não negar que o país melhorou, mas que não foi por conta da Dilma. Não quer mexer no espólio de Lula e fazer o contrário da intenção dela: isolá-la dele. Boa a estratégia de mostrar o povo ouvindo-o país afora, como se estivesse interessado e ansioso por ser ouvido. Ver o programa aqui >>>
4. Se tivesse que dar um Oscar, iria para a trilha sonora escolhida para o programa de Eduardo Campos, Anunciação, com Alceu Valença: “A bruma leve das paixões que vêm de dentro / tu em chegando pra brincar no meu quintal… / Tu vens, tu vens… eu já escuto os teus sinais…”
5. O gingle da campanha de Fernando Pimentel (PT) em Minas é moderno, gostoso e envolvente. O de Pimenta da Veiga cheira a velho, com a ideia preguiçosa de chupar um hino de auto-ajuda dos anos 70 e que, por azar, ainda vem sendo acusado de imitar a propaganda de Geisel, nos tempos da ditadura. Veja matéria do Fernando Rodrigues >>>
PS – O sentido do horário eleitoral, como o marketing politico e a política, anda cada vez mais deturpado, concurso de técnica, emoção e beleza. Fora o fato de que é pra lá de esquisito a distribuição desproporcional do tempo.
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