As empresas já não estão mais descobrindo o marketing de conteúdo. Estão investindo pesado nele.
O que mais chamou atenção na entrada do Congresso Afiliados São Paulo, realizado no final da semana passada no Centro de Convenções Rebouças, foram os stands de grandes sites de intermediação do interesse delas e dos afiliados.
Além de grandes e estabelecidos, como Lomadee, Hotmart, Zanon, Uol, CityAds e Monetizze, estrangeiros recentes como o americano HerbalMoney, o português e-goi e o russo ActionPlay espalhavam seus cartões de visita.
Na programação de palestras, os gigantes Amazon e Microsoft se preocuparam em destacar a preocupação com suas políticas de lealdade e de facilidades para com os afiliados. Produtos variados, links fáceis, material de divulgação abundante, pagamento em dia, relatórios detalhados e, especificamente no caso da Microsoft, as vantagens de se anunciar no seu site de buscas, Bing.
O afiliado, parece entendido por elas, é o canal desobstruído entre os produtos que precisam vender e os produtores de conteúdo a que querem chegar: a turma dos blogs e de contas nas redes sociais.
Em todas as palestras, delas e dos grandes players do marketing digital, transpira a convicção de que as vendas são mais fáceis e clientes mais fiéis quando envolvidos nas histórias e na empatia dos produtores de conteúdo.
As pessoas compram cada vez mais de quem elas conhecem e confiam, por admiração ou indicação. Leve-se em conta as blogueiras de moda ou de saúde, com seus mais de 500 mil seguidores no Facebook, ou os artistas que citam um produto no Twitter, e dá para se entender a equação.
– Tudo isso, é claro, com conteúdo de qualidade – diz Alex Moraes, pioneiro do marketing digital no país e uma dos promotores do mastodôntico congresso que reuniu mais de 1 mil afiliados.
É o mantra que vai ganhando corpo nesse meio e que as grandes empresas, mesmo tempo descoberto meio tarde, estão aderindo para ocupar terreno. E dominá-lo, como sempre.
Funciona assim: esses sites dão acesso aos produtos, materiais de divulgação e links vinculados ao cadastro de cada afiliado. Basta que ele escolha o produto de sua afinidade, divulgue o link em seu blog, blogs parceiros ou contas nas redes sociais. Quando o internauta clica nesse link e efetua a compra, a comissão lhe é creditada automaticamente.
O site Hotmart, com seus infoprodutos e suas gordas comissões, abriu a seara para os produtores de cursos online e chamou a atenção para um universo em que grandes varejistas começam a se envolver: Americanas, Submarino, Netshoes ou Dafiti.
É um mundo sem fronteiras para quem achava que o email iria morrer – ele está em todas as estratégias de fidelização e transformação de fãs em clientes – e que os blogs seriam apenas exercício de deleite e vaidade de desocupados.
E, claro, para quem faz a ponte entre todos eles – suas excelências, os afiliados.
Gina Carvalho diz
Ramiro, gostei deste artigo sobre a descoberta dos afiliados pelas grandes empresas. Parabéns!!!