Conversas de Lula com caciques do PMDB têm menos a ver com impeachment do que com articulações para o novo governo
Escrevi em minha fanpage do Facebook que não passava de ingenuidade o noticiário de que Lula estaria indo a Brasília fazer articulações contra o impeachment. Mais certo é que, vendo o processo como inevitável, estaria negociando seu lugar e de alguns companheiros que precisam de foro privilegiado na nova ordem.
Político de olho de águia, não é de brigar com os fatos, mas de saber a melhor forma de tomar partido deles, na hora certa.
Agora, o Estadão confirma que sim. O ex-presidente teria colocado na mesa o pedido para preservar algumas cabeças, na reunião que enfim teve com o vice Michel Temer, no domingo à noite. E o vice, antigo cúmplice de sua coalizão, pode atender. Não é da natureza dos políticos deixar companheiros na rua da amargura.
Na semana passada, como não conseguia falar com Temer, escondido em São Paulo, com medo de ser convencido a adiar a ruptura do partido com o governo, Lula procurou os caciques no Senado, Renan Calheiros e José Sarney.
Ensaiaram a dança de que tentavam postergar a decisão do partido (para 12 de abril) e o grande líder das massas operava para evitar o impeachment. Outra vez, duvidei.
Em pauta, na nossa câmara alta, não deveria estar a discussão comezinha sobre cargos no primeiro escalão, mas articulações de maior nível para entregar os anéis sem perder os dedos.
As principais:
- restaurar pontes explodidas pelo governo inábil de Dilma com o Judiciário (não duvidem se Nelson Jobim, com bom trânsito no STF, virar ministro da Justiça) e, quem sabe,
- aprovar uma Proposta de Emenda Constitucional para dar foro privilegiado a ex-presidentes. É boa para Sarney, é boa para Dilma, é boa para Temer e pode ser — por que não? — boa para Lula.
A capitulação de Lula, para quem vive de bastidor, é a prova mais contundente de um governo desamparado, perto do fim, a que se aproxima em velocidade espantosa num monte de sinais:
- Aprovação unânime do processo de impeachment (433 a 1) e reuniões diárias da Comissão Especial de Impeachment, a fim de apressar os prazos de defesa e julgamento.
- Rompimento do PMDB e debandada de pequenos partidos.
- Primeiro ministro, o do Turismo, pula do barco.
- Acertos táticos e estratégicos de Temer com a oposição e até aliados do governo, como Gilberto Kassab.
- Início das discussões informais em torno dos nomes dos ministros da Fazenda e da Justiça no governo Temer.
- Coro afinado de diferentes ministros do STF em torno da legalidade do impeachment.
- Articuladores do governo têm dificuldade de atrair senadores para reunião no Palácio.
Continua valendo minha conta de 43 dias de governo, a partir do domingo das manifestações monstro (13 de março), que se encerraria, por essa conta, em 26 de abril. É a mesma conta do afastamento de Collor, entre o 16 de agosto de 1992, em que as multidões foram às ruas vestidas de preto, e o 29 de setembro em que foi afastado. Ver artigo a respeito >>>
Quando todo mundo quer, na política e na vida, as coisas andam rápido.
Juliana diz
Dilma entrou para a história como o pior governo que o Brasil já teve.
Fora PT diz
Diante de tudo que estamos vendo e ouvindo ainda resta gente a defender o PT e seus canalhas ladrões. Passou da hora de cair fora. E não venha com esse mi-mi-mi de golpe. Está na Carta Maior de 88. O Desgoverno não tem argumento para se retratar com a sociedade e se diz vítima. Cadeia neles Moro. Para todos inclusive o Tucano se comprovarem com esta provado contra o pt.
Vereador diz
Vou me candidatar… Se não posso com eles… Tanto bate até que fura…
valdir a.guimarães diz
De tudo, resta que deixaremos o bonde passar e haveremos de prosseguir caminhando com dificuldades a pular dormentes ou equilibrando sobre trilhos. Bem melhor se estivéssemos discutindo o Brasil, visto que qualquer um que venha a assumir será de mesma laia. Mas nós, ingênuos ou assumidos otários, brevemente voltaremos às urnas para escolher, como eleitores conscientes e bem informados, afinal a nossa imprensa está aí para nos orientar, cidadãos honrados e preocupados com o nosso bem-estar e com um futuro melhor para nosso país, seguramente, Triste, muito triste. Bom apenas para a imprensa, cujos espaços publicitários devem estar rendendo horrores. Que importa se há legitimidade, se para retirar mandatário basta a existência legal do instrumento necessário? Botem outro; quem sabe um príncipe ou um neto, hereditariedade também vale! Mas nunca mais um trabalhador, não sabem roubar e nem controlar a imprensa; aí sim, e haveremos de ser felizes para sempre.
Alécio Pimetna Aquino Rego diz
>>> INDIGNAÇÃO NECESSÁRIA P/ UM BRASIL MELHOR <<>> Triste fim da nossa democracia? Vem caos por aí… <<<
Carlin de Venda Nova diz
Esse “colonista” parece que tá doidão. Nunca vi tanta barbaridade escrita num lugar só. As fontes dele são no mínimo desinformadas. Confiar no Estadão? Daqui a pouco cita a Veja, Época e a Isto (Quanto) é. Cita a Globo Band todas a favor do golpe branco que estão tramando.
Cuidado “colonista” pois está a um passo de cair num descrédito maior que o que já tem.
Ademir Backes diz
Algum honesto, decente e preocupado com o Brasil na foto??
alvaro mello diz
É a turma do come quieto, entra governo sai governo estão sempre nas bocas
Marcos Melão diz
Só resta ao PT torcer para que a atuação do Lula “Show-Man” agrade e cative.Entretanto,Lula tem muito a aprender com com o palhaço Tiririca,pelo menos no que diz respeito à Ética e Respeito aos Eleitores.
Maria Eugenia diz
Parece um bando de comadres! Este Brasil nunca vai ser passado a limpo!