Nos últimos dias publiquei uma série de dez vídeos curtos da palestra do ministro da Economia Paulo Guedes no encontro anual para investidores e parceiros da XP Investimentos, o Expert 2019, realizado no início de julho.
Me dei ao trabalho de picotá-la em trechos de 6 a 10 minutos, com o mínimo de edição, porque não vi outra forma de dar conta, sem perder nada, da avalanche de informação, conhecimento e insights brilhantes a cada parágrafo.
É uma grande aula sobre a miséria a que chegamos e as possibilidades reais de sairmos da lama pelos princípios da liberal democracia, que nunca foram testados por aqui.
A ideia de um estado enxuto e eficiente que retire recursos e poder das mãos das oligarquias que assaltaram o país nos últimos 40 anos, em favor de regras claras e universais que facilitem um clima de liberdade de competição pelo mérito individual.
Daí que vá conseguir, é outra conversa. Quantos ministros e governantes acreditaram ter descoberto a pedra filosofal, mas tiveram que se dobrar às circunstâncias e às históricas dificuldades de mexer na indolência do nosso grande paquiderme estatal.
Roberto Campos, o melhor filósofo dos grandes ministros da Economia, desiludido com o fracasso de tantas de suas boas intenções, apesar de ter conseguido implementar boa parte delas, dizia que…
— O Brasil está tão distante do liberalismo, novo ou velho, como o planeta Terra da constelação da Ursa Maior.
Para ficar num exemplo recente do tamanho de um elefante rosa, o Pré-Sal. O chamado “bilhete de loteria” que iria resolver todos os problemas do país esbarrou na estupidez de um Estado que não resolve seus problemas básicos e achou, como sempre, que pode manter a produção sob seu sovaco.
Seu fracasso deriva muito dos equívocos estonteantes da crença estatista de esquerda, mas não seria talvez tão danosa se, às ilusões do governo popular de Lula, não se somassem a concepção secular do Estado papai e a máquina pública anacrônica que ele produziu.
Mas é um bom contraponto a essa grande aula de dez tópicos de Guedes, sobre seu otimismo e suas ilusões, sobre nossas misérias e nossas potencialidades.
Que publico na esperança de que faça adeptos ou de que meus filhos, no futuro, vejam que outro país era possível.
Seguem resumos e links:
Vídeo 1 – Como se construiu o déficit que quebrou o país
Um diagnóstico dos últimos 40 anos de enganos que levaram o país para o abismo. Como as oligarquias do capital, da política e do serviço público geraram déficits, impostos e juros crescentes que explodiram o endividamento e arrebentaram a produção, a renda, o emprego e o PIB.
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Vídeo 2 – A bomba relógio da Previdência e a saída
Como ela destrói empregos em massa e só cai no colo do pobre. A saída pela capitalização individual, que: educa financeiramente, acumula capital, transforma os trabalhadores em sócios do progresso e garante que os de baixa renda possam se beneficiar dos mesmos benefícios que os ricos.
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Vídeo 3: Desinvestir e descentralizar para diminuir Brasília
Como os piratas privados, a elite do serviço público e o “pântano da política” criaram o déficit e o endividamento em favor deles mesmos. Por que é preciso desinvestir, privatizar e descentralizar para estimular a competição, melhorar a alocação dos recursos e a qualidade dos serviços.
— Nós somos 200 milhões de trouxas explorados por duas empreiteiras, quatro bancos, seis distribuidoras de gás, uma produtora de petróleo. Temos que criar competição.
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Vídeo 4: Desalavancar os bancos públicos e se integrar ao mundo
Desalavancar o BNDES de seus créditos ideológicos para países socialistas e obrigar o Mercosul a tomar junto o caminho dos grandes mercados globais competitivos.
— Nosso primeiro passo foi chegar para o Mercosul e dizer, olha: nós vamos para cima, nos integrar às cadeias globais. Vocês querem ou não ir junto?
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Vídeo 5: Reformar a máquina para tirar o Estado das costas do empresariado
A ideia aqui é modernizar, informatizar, simplificar para aumentar a produtividade e a profissionalização do serviço público. Para reduzir impostos, juros, e tirar o Estado das costas do empresariado.
— De 40% a 50% do funcionalismo federal vão se aposentar em três a cinco anos e nós não vamos repor.
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Vídeo 6: Investimento privado é que fará a infraestrutura
A China tira o minério de ferro daqui e entrega o aço pronto no nordeste 30% mais barato do que as siderúrgicas brasileiras. Monopólios, como o da cabotagem, juros e impostos altos afastaram o empresariado do investimento em infra-estrutura. Todo o investimento em infra-estrutura nos próximos anos terá que vir do setor privado, já que o Estado — nos níveis federal, estadual e municipais — não tem qualquer recurso para investimento.
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Vídeo 7: O Choque de energia barata
O Brasil não tem mais que 20 anos para explorar o pré-sal. Por volta de 2040, a maioria dos carros serão elétricos e o petróleo não retirado vai virar graxa. Um choque de energia barata, que quebre os monopólios da produção e da distribuição, em acordo direto com cada governador, poderá transformar os estados produtores num novo Texas.
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Vídeo 8: Liberal democracia chegou enfim ao país
Chegou a hora dos princípios da Liberal Democracia no Brasil, depois de 30 anos dos fracassos da Social Democracia.
— A Social Democracia acredita na engrenagem do governo e tolera o mercado, a Liberal Democracia acredita na criação de riqueza e da prosperidade pelo mercado e tolera o governo. Foram as ideias liberais que reergueram as grandes economias em momentos de caos: Chile, Alemanha, Japão, Estados Unidos, Inglaterra.
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Vídeo 9: Economia do conhecimento requer abandonar ideias obsoletas
Nessa era de mudanças radicais na matriz energética, na cultura digital, na integração e simplificação financeira, o país tem que se modernizar para se integrar na nova economia do conhecimento.
— Todo mundo quer fazer negócio conosco, mas estamos fechados. Temos que nos liberar de nossa prisão cognitiva a ideias obsoletas. Integrar ao mundo globalizado e não ficar trocando figurinha com países ideológicos.
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Vídeo 10: Os próximos passos – reforma tributária e pacto federativo
O Orçamento público brasileiro é todo carimbado e engessa prefeitos e governadores. Com só 4% livre, tem quase nada a fazer. Também é uma pirâmide invertida, em que 90% dos recursos são definidos por Brasília.
Os próximos depois do encaminhamento da reforma da Previdência: reforma tributária e pacto federativo. Para desengessar o Orçamento e distribuir os recursos, para que os gestores lá embaixo tenham autonomia, flexibilidade e responsabilidade.
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