Cobertura puramente econômica da intervenção de Bolsonaro na Petrobras parece apoiar aumento de 34,7 na gasolina em apenas 50 dias.
Eu vivi para ver jornalistas defenderem os quatro aumentos seguidos nos combustíveis este ano, elevando em 34,7% o preço nas bombas em apenas 50 dias.
É um espanto que jornalistas, tão progressistas, se esqueçam de que se trata de um tipo de concessão pública monopolista, de impacto na vida de toda a sociedade, a começar dos pobres.
E se afinem na defesa de um modelo de preços que sacrifica toda a cadeia produtiva, desde o miserável que anda de moto.
A cobertura da grande mídia sobre a Petrobras é sempre totalmente centrada no aspecto econômico, no mesmo diapasão dos operadores de mercado que dissociam rentabilidade de aspecto social.
Talvez não estejam sendo apenas estúpidos, mas preguiçosos.
Poderiam estar explicando. No mínimo, que razões econômicas justificam que a gasolina valha hoje 1 dólar na bomba com o barril a 64 dólares no mercado internacional, se, quando o barril estava em 100 dólares, ela custava por aqui 0,50.
Melhor se tentassem superar suas convicções estadistas para explicarem porque temos que manter esse mastodonte incompetente, um Frankenstein que não sabe se é empresa que dá lucro ou instituição de política ou caridade do governo.
Que seu modelo é insustentável. Que a intervenção que Bolsonaro, ou Dilma, ou Lula, ou FHC fizeram nela, não é o pior da equação.
Talvez pior mesmo sejam jornalistas defendendo um modelo podre de uma estatal gangrenada, que é boa para acionistas e empresários corruptos, mas não/nunca para instrumento de desenvolvimento.
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