PEC da Imunidade tira do Judiciário poder de prisão que usa contra parlamentares, mas não contra seus próprios membros.
Desconfio que, ao dificultar a vida do Judiciário na hora de prender parlamentares, com a PEC da Imunidade, os deputados estejam querendo paridade.
Tanto que a emenda mantém sob custódia própria o parlamentar flagrado em crime inafiançável e tira do Judiciário o poder de prisão que nunca usou contra seus próprios membros.
Alguém já teve notícia de ordem judicial para invadir escritório, casa ou palácio de desembargadores e ministros dos Supremos? Alguém concebe a imagem da PF entrando em algum gabinete do STF para vasculhar gavetas?
Quis o destino que a Câmara aprovasse a sua PEC no mesmo dia em que a desembargadora Tânia Borges, de Mato Grosso do Sul, foi punida com a premiação máxima de aposentadoria compulsória por ter livrado a cara do filho traficante.
Nunca teve que passar pelo desabor de ter seus domínios invadidos por policiais espetaculosas, nem de pegar um camburão ou algemas.
Os deputados nunca foram santos, mas foram sempre o cachorro morto da história, que todo mundo chuta. Como não se respeitam, não são respeitados. Como mantém uma Flordelis solta, não podem dizer nada.
A PEC é briga de poder. Alguém lá nos gabinetes parlamentares deve ter convencido os demais, em boa hora, que, se tivessem aceito pelo menos um dos tantos pedidos de impeachment de ministros do STF ou de CPI do Judiciário, seriam tratados de forma diferente.
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