Imprensa tradicional e Congresso têm diferentes visões de Brasil, uma idealizada de pautas distantes e outra do Brasil profundo
Um das maiores falácias é a de que o Congresso seja um retrato da sociedade brasileira, com suas malandragens, grandezas e misérias, e não só por ter apenas 21 negros e 27 mulheres.
Outra maior é achar que a imprensa influente, hoje mídia tradicional, representa a vontade da maioria.
Nenhum dos dois representa o conjunto e cada um, a seu modo, trata de um Brasil.
A grande mídia opera o visão idealizada de uma classe intelectual influente que tem uma pauta de costumes longe de quem pega ônibus.
A atividade parlamentar brasileira é, em 80% dos casos, andar pelas bases e levar obras ou verbas de governo para quem pega ônibus.
Existe no Congresso uma minoria influente de uns 20%, que está ali para fazer negócios, mas a grande maioria vive de ouvir prefeitos, vereadores e eleitores nos rés do chão. Se não ostentar prestígio e verbas junto ao governo, perde a próxima eleição.
Nesse Brasil profundo, o governo da hora, defendido pelos deputados, é sempre mito, como o é hoje Bolsonaro. Como já me disseram alguns amigos envolvidos com política, quem anda pelo interior, longe das redes sociais, sabe que “só dá Bolsonaro”.
É o que explica em grande parte a vitória acachapante dos candidatos de Bolsonaro na eleição para as presidências do Congresso, muito longe do que entende a imprensa.
Juntaram o que ouvem com as verbas e obras que os alimentam.
É um senhor reflexo desses dois brasis que se desconhecem.
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