Cobertura da grande imprensa evita informações que não confirmam sua tese ou deixa de esclarecer o que sabe no caso da casa de Flávio Bolsonaro.
É complicado bancar o relações públicas para um Bolsonaro. É mais fácil embarcar na onda geral, que dá audiência, de chutar cachorro vivo.
Mas é confortável pegar no pé da grande imprensa quando ela se faz de boba. Evita informações que não confirmam sua tese ou deixa de esclarecer o que ela sabe.
A compra da mansão de R$ 6 milhões pelo Zero 1 pode não ter sido oportuna, na medida em que atrai os holofotes para a formação do seu patrimônio, justamente quando o andamento do processo da rachadinha no STJ voltou a chamar atenção para ele.
Foi oportuna comercialmente. Mas pode ser visto de outra forma, porém. Ao fazer a compra, o senador mostrou que nada tem a esconder e que tem ganhos suficientes para justificá-la.
Um senador não ganha só R$ 25 mil líquidos, como querem fazer crer todos os veículos. Fora os penduricalhos de extras, auxílio paletó etc, ele tem uma verba de representação mensal de R$ 45 mil, que cobrem todas as suas despesas.
Os propalados R$ 25 sobrariam limpos para pagar a prestação de cerca de R$ 23 mil. Mas ele ainda tem aluguéis dos 17 imóveis que acumulou e ainda a renda mulher dentista.
Mas a desinformação mais incômoda que está em todo o noticiário, repisada na CBN hoje pelo veterano jornalista econômico Carlos Alberto Sardemberg, é que o senador tem uma patrimônio declarado de apenas R$ 1, 7 milhão.
Qualquer pessoa que preencha uma declaração de imposto de renda sabe o valor do imóvel declarado no IR não pode ser corrigido desde que a compra. Para que a Receita apure o lucro e o imposto entre o valor de compra original e a venda.
Se você comprou um apartamento por R$ 100 mil em 2001 e hoje ele vale R$ 1 milhão, ele permanece declarado por R$ 100 mil. O valor só pode ser reajustado em caso de reforma, comprovada por notas fiscais. Se você tiver 17 saladas ou apartamentos comprados a R$ 100 mil, eles aparecerão ao custo total de R$ 1,7 milhão e não R$ 17 milhões.
Isso é tão óbvio e primário, que não explica que até profissional como Sardemberg use a desinformação sem esclarecer.
Não pode ser só erro.
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