Conheça a fórmula 1-3-1 para escrever uma redação descomplicada para o Enem e duas outras para tirar o branco e fazer o texto voar.
Você já deve ter pesquisado bem no Google e descoberto que a redação ideal para você passar no Enem ou em um concurso público tem apresentação, desenvolvimento e conclusão.
Sim, em termos gerais, é isso mesmo. É a tal argumentação argumentativa dissertativa de que tanto se fala.
Na apresentação, você diz o que pensa sobre o tema principal, a sua tese. O que você defende.
No desenvolvimento, você procura provar o que você acredita: por quê, quando, onde, quais as causas e consequências.
Na conclusão, o que você aprendeu com isso, que lição a tirar.
Mas neste artigo aqui, você vai conhecer a minha fórmula matemática de construir uma redação de forma simples, em cinco passos, sem muita complicação.
E mais duas que vão complementar a primeira, para você afastar aquele branco terrível na hora de começar e fazer um texto leve e envolvente.
Então, são três fórmulas:
- A matemática 1-3-1 do texto perfeito.
- A objetiva para sair do branco e organizar o raciocínio.
- A do tópico do texto que voa.
Não se preocupe. As três se combinam e são fáceis de dominar. Quando tiver conhecimento delas, seu texto vai fluir.
E sem deixar de ser denso, como se você seguir esses passos.
A fórmula 1-3-1 da redação perfeita
A fórmula 1-3-1 é de cinco blocos que podem ser cinco parágrafos.
Vamos nos concentrar na ideia de um parágrafo por bloco para ficar mais simples o entendimento.
Você defende a sua tese no primeiro, desenvolve nos três seguintes e conclui no quinto.
A sacada é você listar logo no primeiro parágrafo, que é sua introdução, três pontos, abordagens ou exemplos que sustentam sua defesa.
Veja o exemplo da redação que me deu o terceiro lugar no concurso público mais difícil que fiz, que pedia um texto crítico sobre a Tragédia da Barraginha, ocorrida na região metropolitana de Belo Horizonte, em 1992.
Usei só esses cinco parágrafos:
- No primeiro, eu citei três exemplos de que como as autoridades, os técnicos e a imprensa estavam sendo lenientes em cobrar a responsabilidade dos culpados.
- Em cada um dos três seguintes, eu detalhei mais as contradições da postura de cada um desses três atores, segundo o noticiário.
- No último, concluí que a situação acenava para a impunidade e nenhuma discussão mais funda sobre a urbanização descontrolada que provocava tragédias como aquela.
Minha tese central era de que havia faltado uma discussão aprofundada sobre as causas em todo o noticiário sobre o drama.
Aí eu disse logo na introdução, nesse primeiro parágrafo da minha tese, mais ou menos, que
“nem as autoridades, nem os especialistas e nem a imprensa se aprofundaram na questão da urbanização descontrolada, que está no centro do problema”.
Com isso, abri caminho para dividir o desenvolvimento nesses três exemplos:
- “O prefeito e a polícia se apressaram a achar culpados, mas não explicaram por que…”
- “Técnicos da universidade culparam a falta de infraestrutura do local, mas também não…”
- Apesar do noticiário amplo, os meios de comunicação deixaram de abordar a questão da….”
No quinto, eu resumi e deixei uma lição moral, escrevendo mais ou menos:
“…nenhuma discussão a sério sobre um mundo em perigosa expansão demográfica, que pode ter 10 bilhões de pessoas em 30 anos”
Vejamos o exemplo agora numa redação sobre a pandemia do Coronavírus.
Primeiro, você busca algo em comum nas três epidemias mais trágicas da humanidade.
Você terá os três exemplos de que precisa para o desenvolvimento, abordando a da Peste, na Idade Média, a da Gripe Espanhola e a da Gripe Suína, no início e na terceira metade do século XX.
Minha tese aqui é sobre a tendência da população, no desespero, de acreditar em charlatanismo e soluções milagrosas.
Antes que se assuste com o tamanho dos parágrafos, devo acrescentar coisas:
- Textos e parágrafos longos não eram problema na era pré-internet, em que os parágrafos foram reduzidos até virarem, indevidamente, uma só frase.
- Essa estrutura pode/deve ser adotada como o primeiro rascunho que vai organizar sua estrutura e seu pensamento. Depois, você desdobra, usando a mesma fórmula, como explico em seguida.
Então, eu apresento a tese no primeiro parágrafo.
A pandemia do coronavírus impacta de forma profunda e inédita a humanidade. Para entender a sua dimensão, é preciso buscar os exemplos das tragédias de igual porte em que o destino do ser humano esteve sob o mesmo risco. Guardadas as proporções, a Peste Negra dos anos 1.300, a Gripe Espanhola e a Gripe Suína, do início dos séculos XX e XXI, acabaram ganhando dimensões universais por razões parecidas com as que vivemos hoje. Tiveram em comum, mais ou menos no mesmo grau do que nos acomete hoje, um misto de pânico e ignorância que contribuiu ainda mais para a expansão da doença.
Os três parágrafos do desenvolvimento ficaram assim:
Em meados dos anos 1300, a Peste Negra dizimou entre 75 a 200 milhões de pessoas que se acumulavam nas cidades em condições insalubres da Europa medieval, em fuga das baixas condições de vida no campo. Como hoje, sem saber a origem dos transmissores hospedados em ratos, pulgas e bactérias, as pessoas temiam sair às ruas, apelavam para crendices e desconfiavam da orientação dos clérigos.
Logo após a Primeira Grande Guerra, no final dos anos 10 do século XX, a Gripe Espanhola infectou mais de 500 milhões de pessoas com o vírus H1N1 e matou quase um quarto da população, estimado entre 17 a 50 milhões de pessoas. Só no Brasil, foram cerca de 35 mil pessoas, incluindo o presidente da República, Rodrigo Alves. Também como hoje, as autoridades subestimavam o poder de disseminação e desaconselhavam pânico, como diz o professor Fulano de Tal, infectologista da Universidade Tal. Baianos acreditavam que a cerveja curava o vírus, continuavam indo a enterros e missas.
Quando a gripe suína irrompeu, no final da primeira década do século XXI, já haviam ocorrido os maiores avanços da medicina no controle de doenças e na conscientização popular da necessidade de higiene para evitá-las. Mesmo assim, estima-se que a doença proveniente do México atingiu entre 700 milhões a 1,4 bilhão de pessoas, com uma estimativa de 175 mil a 550 mil mortes. Sem o grau de isolamento de hoje, ela provocou fechamento de comércio e escolas em muitas regiões do mundo e o mesmo tipo de pânico e preconceito que ajuda a impulsionar a atual, do Coronavírus.
E a conclusão assim:
A velocidade da informação decorrente da explosão das redes sociais contribuiu para que muito da desinformação e do preconceito das crises passadas pudessem ser amenizados. Mesmo com o ruído de informação provocado pelo excesso, a humanidade parece estar aprendendo com seus próprios erros e construindo um novo mundo em que, mesmo que não possam ser evitadas, as epidemias possam ser amenizadas.
Agora, sim. Tendo dominado a estrutura, você pode desdobrá-la em mais parágrafos, dobrando a fórmula: 2-6-2, 3-9-3, e daí em diante. É a mesma forma de raciocínio para textos longos, ensaios, livros.
Parágrafos ideais têm três frases, como ensino mais abaixo.
Uma alternativa mais descomplicada de aplicar essa estrutura de cinco blocos, que o ajudarão inclusive a construir um texto mais rico, é dividir o primeiro e e o quinto em dois, com sete parágrafos. Fica assim:
- Anuncia a tese.
- Formula a tese com mais detalhes.
- Desenvolve o primeiro argumento ou exemplo.
- Desenvolve o segundo argumento
- Desenvolve o terceiro argumento.
- Conclui da forma que começou, justificando o que propôs.
- Acrescenta uma conclusão filosófica, uma lição moral, uma perspectiva de futuro.
Essa é uma dica importante de criar um efeito enriquecedor, que trato no meu artigo Redação perfeita acaba como começa e tem um retrospecto.
Veja no final do artigo a redação na integra, nesse formato. E dicas de outros artigos para turbinar seu texto, assim que você dominar o básico, claro.
>>> Veja também a lista de 20 livros clássicos da literatura brasileira,
mais pedidos no Enem
Pirâmide Invertida para afastar o branco
A Pirâmide Invertida do jornalismo é de longe a fórmula mais eficiente para afastar o desespero da página em branco.
Se você já se pegou nessa situação, saiba que ela atinge mesmo os escritores mais criativos e experientes.
Com o tempo, percebi que o branco, a dificuldade de começar um texto, quase sempre, não é pela falta de informação, mas pelo excesso.
É a dúvida de por onde começar. E a pirâmide é a ferramenta ideal para deslanchar.
Criada pelo The New York Times no século XIX, ainda não foi superada quando se trata de objetividade para produzir um texto quanto se tem urgência.
Como na prova com tempo marcado do Enem ou do seu concurso público.
É objetiva porque hierarquiza a informação por ordem de importância, a partir da resposta, logo no primeiro parágrafo, às seis perguntas clássicas: quem, o quê, quando, onde, como, por quê?
- Quem? – Um jovem…
- O quê? – …me procurou em busca de socorro para aprender a escrever textos atraentes de forma menos sofrida,
- Quando? – na semana passada.
- Como? – Ele me mandou um email, pedindo sugestão urgente de materiais didáticos que pudessem ajudá-lo na empreitada.
- Por quê? – Havia penado para produzir o roteiro de um vídeo e queria se ver livre desse sofrimento no futuro.
Elas estão em todo caso que se vai contar, da escapada de ontem para a balada à última derrapada do governo.
Olha, eu (quem) fui (o quê) na balada (onde) ontem (quando) com o Guto (como) para dar uma sacada no ambiente (por quê).
Quer pegar nos jornais o principal fato da semana? Esta lá:
O ministro da Saúde (quem) negou que haja risco de expansão da epidemia do novo vírus no país (o quê). Em coletiva no Palácio (onde), ontem (quando), ele contestou a denúncia de que a rede pública não está preparada para atender a demanda de prevenção e combate em tempo hábil (como). Mostrou gráficos para provar que os estoques estão… (por quê).
Chama-se pirâmide invertida por colocar a base, ou todas as respostas que sustenta e resume o texto, no topo, chamado lead no jargão das redações.
Os parágrafos seguintes vão expandir cada informação, com mais detalhes e opiniões, partindo sempre do mais para o menos importante.
A estrutura do mais para o menos é contraditória com a fórmula clássica da Apresentação, Desenvolvimento e Conclusão. E com minha fórmula 1-3-1. E não é adequada para textos criativos.
Textos jornalísticos são, por natureza, funcionais. Têm a função da objetividade, neutralidade tanto quanto possível, e não servem necessariamente a pretensões poéticas ou de convencimento.
Mas continua sendo a fórmula definitiva de espantar o branco, selecionar, organizar o raciocínio e ganhar coragem para cortar o desnecessário. E não perder o sono.
Mas você pode usá-la na sua apresentação e, com jeito, em cada parágrafo do desenvolvimento e da conclusão, para espantar o branco.
Veja o exemplo da redação da pandemia:
“A pandemia do coronavírus (quem) impacta de forma profunda (o quê) a maioria dos países (onde) de forma sem precedentes na história da humanidade (quando). Ela muda de forma radical não só os comportamentos do dia a dia, quanto a nossa concepção de vida em sociedade (como). Para entender a sua dimensão, é preciso buscar os exemplos das tragédias de igual porte em que o destino do ser humano esteve sob o mesmo risco (por quê).“
Veja mais detalhes no meu artigo Fórmula Invertida ajuda a espantar o branco e organizar o raciocínio.
>>> Veja também a lista de 20 livros clássicos da literatura brasileira
A fórmula do texto que voa
Você certamente gostaria de receber o elogio que cultivo como um mantra a cada vez que começo qualquer texto.
— Seu texto parece que descola do papel — me disse um grande amigo, escritor, crítico e revisor.
Ele havia devorado como se fizesse leitura diagonal um ensaio meu de algumas páginas.
Foi um elogio melhor do aquele corriqueiro que me parece estar no topo das pretensões de todo escritor que quer ser lido:
— Li seu livro numa sentada.
Foi, é e sempre será minha meta. Fazer com que o leitor não se despregue fácil do meu texto, pequeno ou do tamanho de um livro.
Gastei tempo e energia para entender a técnica por trás daquela fluência, que me parecia intuitiva.
Não percebia em que ponto eu a havia aprendido e incorporado. Como acontece com todo mundo.
Até que me lembrei do meu primeiro professor de redação na faculdade de letras (de saudosa memória), que me apresentou a ela e me fez treiná-la exaustivamente.
É o “tópico frasal”, que abre e anuncia o que vai dizer o parágrafo. Preferencialmente, o texto todo.
Assim como o primeiro parágrafo deve anunciar o que vai dizer o texto, o tópico frasal deve anunciar o parágrafo.
Numa sofisticação que faz o texto voar, o fechará.
É a frase que anuncia o que vai se dizer no parágrafo e, tanto quanto possível, a que vai fechá-lo anunciando o próximo.
Ou por outra: você anuncia o que vai dizer no parágrafo, diz e abre outra frase praticamente anunciando o próximo. Que também terá outro tópico frasal que anunciará o que será dito e será dito antes de outro. E daí por diante.
Como nos blocos de capítulos de novela, em que se anuncia que alguma coisa vai acontecer. Alguma coisa acontece e abre um gancho para deixar um suspense para o próximo bloco, após o intervalo comercial.
Como em tudo que já defendi aqui, tudo em três — a justa medida das coisas.
Serve para todo tipo de texto, mas vejamos esse meu exemplo:
A proposta de isolamento vertical para combate ao coronavírus não tem embasamento em nenhum estudo ou experiência conhecidos. Cientistas ou governos ainda não testaram o modelo que restringe o isolamento a grupos de risco. Por vários argumentos contrários.
Os médicos acham arriscado flexibilizar o isolamento num momento de pico da doença no mundo todo. Entendem que ampliaria o número de infectados assintomáticos que contaminariam os mais vulneráveis. Sem contar o impacto do movimento no sistema de saúde.
Eles temem o peso de novas doenças e acidentes de carro, de trabalho ou de diversão, decorrente do movimento nas cidades. Iria sobrecarregar um sistema que precisa estar desafogado para responder às demandas da pandemia. Para o qual não foi preparado.
Falta quase tudo para se atender a pressões em massa por atendimento. Tanto a rede pública quanto a privada operaram desde que existem com uma estimativa de 3 internações por mil habitantes. Com uma capacidade instalada muito aquém de tamanha urgência.
Os hospitais não têm suficientes pessoal, leitos, respiradores e equipamentos básicos de proteção. Já limitados em tempos de normalidade, tais insumos passam a ser um luxo num momento de impacto coo esse. Porque o investimento neles nunca foi prioridade de governos e empresários.
Não por acaso, são eles, governos e empresários, que continuam ignorando a dimensão do problema. Num primeiro momento, a grande maioria foi contra o isolamento total e advogou a flexibilização vertical em nome dos interesses econômicos. Ainda temem uma piora do quadro, mas acham que o isolamento vertical é possível e desejável.
Seus argumentos é que um queda de 6% do PIB acarretará….”
Veja que a primeira frase anuncia o que vai dizer o parágrafo e sua última frase antecipa o que vai dizer o segundo.
“…Por vários argumentos contrários.
os médicos acham arriscado flexibilizar…”
“…Sem contar o impacto do movimento no sistema de saúde.
Eles temem o peso de novas doenças e acidentes de carro…
E por aí vai.
Veja no artigo sobre escrever uma redação leve: O tópico frasal e o segredo do texto que voa
Algumas dicas para a hora H
Minha missão aqui é ensinar a criar para comunicar com eficiência de forma escrita ou não verbal. Mas convém prestar atenção nessas dicas de pedagogos e dos melhores orientadores de concursos:
- Prepara-se meses anteriores. Faça um plano mensal de estudo de gramática, estrutura de texto e temas contemporâneos. Relaxe nas dias anteriores. Melhor revisar suas redações anteriores do que fazer uma série de novas.
- Faça uma leitura bem cuidadosa da prova, para entender a fundo o que está se pedindo. Na minha redação do concurso, foi importante eu entender a intenção de quem elaborou a prova sobre um “texto jornalístico opinativo”.
- Elabore sua tese e liste as possibilidades de abordagem num rascunho. Considerando as minhas sugestões, pegue uma tese central e três abordagens ou exemplos que vão justificá-la no desenvolvimento.
- Escreva um primeiro rascunho sem se preocupar com o tempo (você tem cinco horas e meia de prova, mais que suficientes) a gramática e possíveis erros. Concentre-se no conteúdo, da forma mais objetiva positiva possível, para que as ideias fluam. Preocupar com outras coisas podem travá-lo.
- Agora, revise. Acerte a gramática, melhore as construções que estiverem mais grosseiras, corrija os erros ortográficos. Na dúvida sobre como se escreve determinada palavra, troque por outra.
- Passe o texto a limpo. Você tem prazo para isso. Corte se for preciso se enquadrar no limite do número de linhas.
- E, mais importante que tudo, não se compare com ninguém. Não olhe para os lados, não se espelhe. Ninguém tem segurança nessa hora e cada um tem seu ritmo. Aquele amigo que está acelerando ali do lado pode estar fazendo tudo errado.
E uma advertência.
A essa altura, se chegou até aqui, você pode estar vendo contradição entre meus parágrafos muito curtos de uma linha, às vezes, e minhas recomendações de blocos mais elaborados.
Mas se trata da diferença entre escrever de forma coloquial para a internet e para um concurso em que se cobra a precisão e a elegância da norma culta.
Depois, tem também o fato de que sou experiente e posso revirar o texto da forma que acho mais conveniente para obter efeitos e captar sua atenção.
Se percebeu isso, já é um bom aprendizado. Se ficou angustiado, saiba que, com o tempo e a experiência, você também poderá.
Relembrando: não se compare com ninguém. Mas com você mesmo. Se hoje você está melhor do que ontem.
>>> Se quiser um ebook mais atualizado sobre diferentes aspectos da preparação, de gramãtica a pensamento crítico, recomendo este:
>>> Para turbinar seu texto, depois que você dominar o básico:
Como escrever uma redação criativa com a Jornada do herói
E para ficar afiado para o Enem:
a lista de 20 livros clássicos da literatura brasileira
Exemplo da Redação da Pandemia, em cinco blocos e sete parágrafos
1. Informa-se o que se vai tratar
A pandemia do coronavírus impacta de forma profunda e inédita a humanidade. Para entender a sua dimensão, é preciso buscar os exemplos das tragédias de igual porte em que o destino do ser humano esteve sob o mesmo risco.
2. Apresenta-se a tese
Guardadas as proporções, a Peste Negra dos anos 1.300, a Gripe Espanhola e a Gripe Suína, do início dos séculos XX e XXI, acabaram ganhando dimensões universais por razões parecidas com as que vivemos hoje. Tiveram em comum, mais ou menos no mesmo grau do que nos acomete hoje, um misto de pânico e ignorância que contribuiu ainda mais para a expansão da doença.
3. Desenvolve-se a tese
Em meados dos anos 1300, a Peste Negra dizimou entre 75 a 200 milhões de pessoas que se acumulavam nas cidades em condições insalubres da Europa medieval, em fuga das baixas condições de vida no campo. Como hoje, sem saber a origem dos transmissores hospedados em ratos, pulgas e bactérias, as pessoas temiam sair às ruas, apelavam para crendices e desconfiavam da orientação dos clérigos.
Logo após a Primeira Grande Guerra, no final dos anos 10 do século XX, a Gripe Espanhola infectou mais de 500 milhões de pessoas com o vírus H1N1 e matou quase um quarto da população, estimado entre 17 a 50 milhões de pessoas. Só no Brasil, foram cerca de 35 mil pessoas, incluindo o presidente da República, Rodrigo Alves. Também como hoje, as autoridades subestimavam o poder de disseminação e desaconselhavam pânico, como diz o professor Fulano de Tal, infectologista da Universidade Tal. Baianos acreditavam que a cerveja curava o vírus, continuavam indo a enterros e missas.
Em meados dos anos 1300, a Peste Negra dizimou entre 75 a 200 milhões de pessoas que se acumulavam nas cidades em condições insalubres da Europa medieval, em fuga das baixas condições de vida no campo. Como hoje, sem saber a origem dos transmissores hospedados em ratos, pulgas e bactérias, as pessoas temiam sair às ruas, apelavam para crendices e desconfiavam da orientação dos clérigos.
Logo após a Primeira Grande Guerra, no final dos anos 10 do século XX, a Gripe Espanhola infectou mais de 500 milhões de pessoas com o vírus H1N1 e matou quase um quarto da população, estimado entre 17 a 50 milhões de pessoas. Só no Brasil, foram cerca de 35 mil pessoas, incluindo o presidente da República, Rodrigo Alves. Também como hoje, as autoridades subestimavam o poder de disseminação e desaconselhavam pânico, como diz o professor Fulano de Tal, infectologista da Universidade Tal. Baianos acreditavam que a cerveja curava o vírus, continuavam indo a enterros e missas.
Quando a gripe suína irrompeu, no final da primeira década do século XXI, já haviam ocorrido os maiores avanços da medicina no controle de doenças e na conscientização popular da necessidade de higiene para evitá-las. Mesmo assim, estima-se que a doença proveniente do México atingiu entre 700 milhões a 1,4 bilhão de pessoas, com uma estimativa de 175 mil a 550 mil mortes. Sem o grau de isolamento de hoje, ela provocou fechamento de comércio e escolas em muitas regiões do mundo e o mesmo tipo de pânico e preconceito que ajuda a impulsionar a atual, do Coronavírus.
4. Conclui-se, remetendo à introdução:
Numa análise sumária dos três eventos que mudaram de forma radical a vida tal como é conhecida, as três epidemias anteriores à do coronavírus mostraram um padrão evidente, como se pôde ver em especial nos casos mais dramáticos da Itália e da Espanha. Qual seja, a de autoridades que amenizam a crise no início, temendo impactos maiores na economia, sonegando informações que alimentam o pânico e as crenças e a tentação da desobediência civil, que só contribuem para incrementá-la.
5. Deixa-se a lição moral, perspectiva boa ou ruim:
Como a indicar que a humanidade, ontem como hoje, não aprende com seu próprios erros e pode até agravá-los nas próximas epidemias.
Prefere ver? Veja o vídeo:
Ramiro Batista diz
Ei, muito obrigado, Emiliana. Elogios assim é que me dão gás. Se você tem esse sonho, você vai conseguir. E amar saber. Escrever liberta.
Emiliana diz
Muito obrigada por compartilhar seus conhecimentos. Meu sonho é aprender escrever redação. Parabéns você é muito inteligente.