Fernando Henrique Cardoso, descontruído por Lula em oito anos de paulada sem espaço proporcional de defesa, achou um tema para dar sentido à sua existência e a seu cargo depois da Presidência da República. Vem emprestando seu prestígio a um tema moderno e de grande apelo junto à sociedade, como o do combate às drogas. Foi neste domingo a um debate com jovens no programa Esquenta, de Regina Casé, na Rede Globo, depois de ter aparecido numa palestra para jovens (meio falsa por causa da edição) no programa do PSDB.
Dá com isto um sentido mais elevado ao papel de um ex-presidente – o que os outros, Itamar Franco e Fernando Collor de Mello, não têm sabido fazer, ao se engalfinharem por votos e cargos no fim da vida. Um ex-presidente pode contribuir muito mais para o país, na liderança de grandes causas, que se debatendo nas rixas pequenas do Congresso.
Encontra com um Lula em declínio, sendo descontruído a cada dia pela imprensa, a cada elogio ao método Dilma de governar, mais sereno, discreto e consequente. E ainda em busca de um projeto – Ter um cargo na ONU? Sair de novo em caravana pelo país? O que pode esse Instituto da Cidadania?
Lula deve ser descontruído mais rápido do que foi FHC. Contra FHC, havia quase que só ele. Contra ele, há toda a imprensa.
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