Os sites de notícia amanheceram com a notícia apurada por O Globo em fontes confiáveis de que a presidente Dilma Rousseff, rendida à aprovação do impeachment no Senado, estaria planejando enviar ao Congresso uma proposta de emenda constitucional para convocação de eleições gerais, a serem realizadas em outubro.
Em seguida, anunciaria sua renúncia e desafiaria o vice Michel Temer a fazer o mesmo.
Um pronunciamento em rede nacional, na sexta-feira, completaria o ritual que daria a largada para uma mobilização nacional pelas eleições já.
É uma tacada sem futuro.
Temer já está de malas prontas para assumir o governo com ministros e planos de primeira linha para sacudir a pasmaceira e obter do Congresso o que quiser, inclusive a rejeição dessa proposta.
Mas é uma tacada esperta para justificar a mudança de ideia acerca da renúncia, que ela renegou e prometeu renegar até o seu julgamento definitivo pelo Congresso.
Em nenhum momento acreditei que ela pudesse cometer a imprudência de ir para o Palácio da Alvorada montar um bunker de resistência.
Estratégia política
Ela não é uma estrategista política a se considerar, mas está cercada por raposas que sabem muito bem que cairia no ridículo à medida que as escolhas e as medidas de Temer começassem a ter repercussão positiva nos meios de comunicação.
Como de fato terão a princípio, mesmo que venham a dar errado depois.
E acresce que não tem apoio significativo que dê alguma honra ao sacrifício. A base popular que resiste em torno de CUT, MST e UNE míngua a cada dia e, que ela não tenha dúvidas, os últimos fiéis que lhe rondam vão procurar seu destino ou aproximação com o novo governo.
No Palácio, sozinha, como uma generala em seu labirinto, correria sério risco de virar piada nacional. Ao fim do processo de impeachment, daqui a seis meses, seria uma sombra ainda mais pálida do que se transformou.
A única razão pela qual poderia fazer essa opção sem futuro seria a garantia de foro privilegiado. Pelo volume de indícios que os inquietos procuradores da Lava Jato vêm acumulando, seria uma opção com algum sentido. Mas, a que preço? E depois de seis meses?
Com a renúncia, pode ir para as ruas engrossar a mobilização por sua proposta. Não vai dar em nada, mas melhoraria seu cacife, restauraria alguma dignidade e ainda poderia se candidatar a algum cargo em 2018.
Pela lógica mais elementar do jogo político, já deveria ter renunciado.
Alvimar Junior diz
que erro de português é esse no titulo jesus. Volta para escola Ramiro caso tenha concluido. Fica mais “EXPERTO”