Se tiver juízo, tucanato o indica para 2018
Um bom indicativo de que alguém está bombando na escola, na empresa, na vida pública, é quando começa a atiçar a sanha dos inimigos e apanhar como massa de bolo, aquela que mais cresce quando mais apanha.
João Doria já se estabeleceu o suficiente para mostrar o quanto representa de risco para os adversários do tucanato em 2018.
Entre as pancadas que vem levando a cada dia, apanhou feio de Ciro Gomes nesta semana (“é um farsante”) e de um manifestante a favor de Dilma em uma cerimônia ontem. Representava a banda petista de São Paulo que se opõe a todos os seus passos e ecoava a da banda nacional que quer descontruí-lo desde já.
Esperto como um Jânio Quadros sem caspa para criar fatos e revidar à altura (mandou Ciro se preocupar com seu estado… mental, disse ao manifestante que pior do que ser golpista é ser ladrão) e um talento para eleger seus adversários (deixa muito clara sua ojeriza a Lula), cresce quanto mais apanha.
Se a cúpula do PSDB tiver juízo, lança-o candidato às eleições de 2018. Não tem outro, considerando-se que o eleitor de 2018 será impiedoso com candidatos que tenham qualquer cicatriz, por pequena que seja, da Lava Jato. Aécio, já queimado. Serra, muito. Alckmin, quase.
Com elegância, ele respeita a fila. Está empenhado em dizer que a vaga ao trono é de Alckmin, seu padrinho. Mas se este tiver mais juízo que os outros, sabe que até 2018 a Lava Jato o impugna.
E mais cauteloso ainda, fez o que político só faz quando sente que pode perder mais do que ganhar se mantiver algum esqueleto no armário: pagou seu imposto atrasado.
(Curioso que, para um Doria que explode, tem um Kalil que murcha. O candidato que surgiu junto de Doria na campanha eleitoral como uma novidade lustrosa, um gestor que iria arrumar a cidade, baixou a guarda e se escondeu dentro da prefeitura enquanto crescem as críticas de abandono dos pontos principais da cidade. Indica que vem sendo cooptado internamente pelo status quo inercial que combateu em palanque.)
A ajuda da Amazon
Outra pancada que ajudou Doria a crescer um pouco mais esta semana foi a a estratégia de comunicação sem noção da Amazon de pegar carona na polêmica das pichações apagadas pelo prefeito, para anunciar o seu leitor de livros Kindle (que, aliás, adoro).
Um tanto maluca por criar um ruído desnecessário com uma banda considerável que ama o que o prefeito vem fazendo e, mais do que isso, incompreensível.
Não entendi a intenção de projetar citações de grandes autores em muros limpos, em defesa do grafismo. Não vejo correlação.
Ou é só para criar polêmica. Se for, é a pior das estratégias.
Alternativa Temer a candidato eleito por esse Congresso
Quando você quer elogiar, mas tem medo da patrulha ideológica.
Elio Gaspari, dos grandes jornalistas do país, concede um elogio envergonhado ao governo, numa única frase curta em que admite que o país parou de piorar.
Analisa que seria pior a alternativa, a de um presidente eleito indiretamente por esse Congresso que está aí, comprometido até a lapela com ele, em caso de cassação da chapa Dilma-Temer.
Que cairia no risco, bem plausível, de um aventureiro tentado a mudar o calendário e adiar as eleições em 2018.
TSE finge que tem pressa
Lembrou bem O Antagonista que a grande imprensa engoliu sem digerir a notícia de que o relator do TSE quer julgar o processo de cassação da chapa Dilma-Temer na semana que vem.
Todo mundo que sabe como Brasília anda está sabendo que o tribunal finge que tem pressa. Vai dar prazo às defesas de Dilma e Temer. Outros dois ministros serão nomeados (indicados por Temer) e precisarão de prazo para tomar conhecimento do processo.
Sabe-se lá até quando.
Temer recua de novo
A estratégia de jogar para os estados a reforma de suas previdências fora uma tacada esperta: tirava do colo do governo federal o papel de sparring para suportar toda a pancada que os governadores bem merecem.
O problema é que há que haver regras nacionais para evitar divergências gritantes de tratamento entre servidores públicos e privados. Donde que o presidente recuou de novo.
Ainda bem, mas deveria ter pensado — ou sido assessorado — melhor antes.
Tiro difuso esvazia manifestação do Vem Pra Rua
Três causas principais do esvaziamento da manifestação do Vem Pra Rua, neste domingo:
1. Pauta difusa e sem um objetivo definido em que entrou protesto até contra Lista Fechada.
2. Protesto a favor (no caso, da Lava Jato), como as que o PT fazia em defesa do governo, não mobiliza. É uma contradição em si.
3. A população não quer derrubar quem seria o alvo ideal nesse tipo de protesto: o governo.
Meus 60 anos e meu primeiro vídeo
Caros e caríssimas, faço 60 anos hoje e gravei meu primeiro vídeo. Não é para comemorar, mas para marcar um novo tempo, uma reinvenção para os próximos 60 anos, que inclui compartilhar cada vez mais minha experiência em comunicação e marketing com as pessoas que me seguem.
Abração para todos.
Carlin de Venda Nova diz
Dória vende a imagem de liberal. Mas cresceu a custo de verbas públicas do governo de São paulo e de Minas nos governos tucanos. Tem uma estratégia comercial no seu LIDE (evento que organiza todo ano) interessante: Apresenta políticos a empresários e apresenta empresários a políticos.
Isso quando não vende por preços exorbitantes cadeiras a empresários para sentarem próximo ao prefeito de São Paulo como esse ano.
Na sua passagem como presidente da Embratur respondeu a diversas irregularidades levantada pelo TCU.
Foi nomeado para um cargo na CBF. E comeu queto.
Em 100 dias de governo nada apresentou. A não ser fazer jabá de uma empresa de um amigo numa reunião da Prefeitura. Empresa essa que custeia placas nos jogos da seleção a seu favor, e bater boca em eventos …
É mais um produto de marketing, muita falação. Não resiste a debate.
Quanto ao Kalil, aguardem, ele pode surpreender …
No ensejo, por motivos de trabalho não poderei escrever nesse espaço, não que isso tenha alguma importância.
Deixo a todos um abraço e boa sorte.
cleber diz
quanta puxação de saco!
Cristiano Marques diz
Kalil, um gênio pra ganhar a eleição, é introvertido, pra dentro.
Doria não, é o contrário.
Mineiro é bicho bobo mesmo.