Miro o jeito de matrona enfezada da presidente Dilma Roussef na tribuna do jogo Brasil x Alemanha, o mau humor com que entrega a taça aos alemães, sua pressa, sua inquietação, sua vontade de sair logo dali, e me dá uma pena danada.
É um fiapo da mulher combativa que, acossada pelo senador Agripino Maia (DEM-RN) na Comissão de Infraestrutura do Senado, há seis anos, devolveu um petardo virulento que deixou marca na história do país e definiu o seu perfil.
Ela fora naquele 7 de maio responder como ministra chefe da Casa Civil a denúncias de que sua pasta havia produzido um dossiê fajuto contra o ex-presidente FHC. E acabou triunfando sobre as denúncias por conta da escorregada do senador, orientado, como reconheceu depois, por um mau conselho.
Questionou-a sobre ter mentido quando presa na ditadura e deu a ela, sem o querer, a oportunidade que nem ela esperava de fazer um réquiem sobre sua passagem pelos porões:
– Eu orgulho muito de ter mentido, senador – bradou na parte mais emocionante, em que justificou sua condição de ainda menina de 19 anos que precisava mentir para salvar companheiros. – Qualquer pessoa que ousa dizer a verdade para interrogador compromete a vida de seus iguais. Na tortura, quem tem coragem e dignidade fala mentira.
Ali estava uma profissional madura, uma técnica segura e uma mulher vigorosa por anos de história nas costas, sem medo de dizer o que pensa e sem os muitos medos e vacilos que foi incorporando às rugas como candidata e depois presidente.
É o preço a pagar pelo exercício do poder nesse país atrasado, onde é preciso pisar em ovos para lidar com pressões e chantagens de toda ordem, de amigos, falsos amigos e potenciais inimigos. Mas também por se ajustar a um figurino que não é o seu.
Acontece com todo mundo que abandona seu farol interno para se deixar conduzir por comportamentos sugeridos.
Não é diferente com políticos inexperientes quando abandonam suas convicções para dar ouvido às mágicas dos marqueteiros. E não tem sido diferente com Dilma, desde que, sabe-se lá por quantos medos ou pressões, foi abandonando a mão firme com que começou seu mandato para se transformar num político como os outros.
O resultado é uma personalidade biruta de aeroporto. Ora toma decisões erráticas ou ridículas como as fotos de gestos vulgares nas redes sociais. Ora, imobilizada por aquele medo de errar que acomete quem perdeu sua identidade.
É possível que a Dilma de 2008 pegasse o microfone no Maracanã e encarasse a turba sem medo das vaias, pagando o preço de agravá-las ou de transformá-las em aplauso, como fez sem medo diante da plateia no Senado.
Mas essa Dilma não tem mais aquela força. E é bem possível que, outra vez no Senado, confrontada com a mesma questão, vacilaria, truncaria a carranca, desconversaria e ameaçaria ir embora.
Dá dó ver uma personagem forte se desmanchar assim em praça pública.
Rogerio diz
Dilma communista . Viva a ditadura q Lutou contra os comunistas
francisco diz
PT NUNCA MAIS
andrade diz
larga o osso cachorrona!!!!
salat 13 diz
fora bigoduda!!!!