A decisão do ministro e relator da Lava Jato no STF, Teori Zavascki, localizou com mais propriedade onde esteve o erro de Sérgio Moro na divulgação das conversas gravadas de Lula.
Um exame mais detido nos termos do despacho mostra que o ministro não merece a fama momentânea de ter tentado colocar um freio na operação e nem que a paixão nacional por Sérgio Moro torna indiscutíveis suas ações.
Pelo que se lê, não é que o juiz tenha errado em mandar gravar o ex-presidente, em divulgar as conversas e, a princípio, expor a presidente da República, motivo pelo qual o processo foi arrestado para Brasília. Mas em ter exposto conversas íntimas que nada contribuíam para a investigação.
Ele sequer tinha se “apropriado” da prova que importa “à sua única finalidade constitucional legítima (para fins de investigação criminal ou instrução processual penal)”, escreveu o ministro.
— Não há como conceber, portanto, a divulgação pública das conversações do modo como se operou, especialmente daquelas que sequer têm relação com o objeto da investigação criminal.
Foi o contrário do que chamam de “vazamento seletivo”. Até quem sabe para evitar esse risco, na pressa de se antecipar às manobras para fazer ministro o ex-presidente, liberou tudo.
Seria razoável, interpreto, que ele tivesse exposto as conversas com o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, o ministro da Fazenda Nelson Barbosa e até com a presidente, onde há indícios de que Lula operava tráfico de influência para influir na ação da Justiça.
Mas para que serve às investigações, senão execração pública, a conversa machista e misógina de que a secretária Clara Arnt achava que fosse um presente de Deus ter recebido cinco homens da PF em sua casa, de madrugada?
O despacho acabou por expor também o primeiro escorregão de Moro e o primeiro arranhão em sua imagem de técnico imparcial atento somente ao poder das provas. E desvio da imparcialidade é quase sempre sintoma de atuação política que abre o flanco para os adversários à espreita.
Mas daí a querer desqualificar seu trabalho e embaçar sua imagem, como se apressam a fazer os principais interessados nisso, investigados dentro e fora do governo, é sintoma de uma parcialidade mais grave e de um país meio doente em que a luta política vem subvertendo todos os valores.
Sérgio Moro tem serviços prestados demais para ser punido — e muito menos execrado — por isso.
valdir a.guimarães diz
Pena que os que possuem apenas o voto para exercer sua suposta cidadania não contam com o instrumento da informação, leia-se imprensa, para avivar-lhe a memória, e é por isso que somos taxados, também, de povo sem memória. Daí uma massa de manobra, cuja ignorância, ou imbecilidade, não permite perceber que se autodestrói. Para tanto, basta relembrar do homicídio envolvendo uma atriz global, em que a comoção a que foi levada a sociedade, orquestrada pela Globo, elevou à condição de hediondo o homicídio qualificado. Não sabiam que apenas 1% das denúncias eram por homicídio simples e nem que os privilegiados pouco e objetivamente o cometem. Resultado: mais pobres na cadeia e sem os favores legais para soltos responderem pelos fatos praticados, e sem chance do benefício da dúvida. Agora a publicização está justificada na subjetividade do interesse público. Ora, sendo inegável que o povo está dividido, fato demonstrado pelos movimentos que saíram às ruas, não se apresenta difícil perceber a parcialidade do magistrado. Não se iludam, mirem-se em Ruy Barbosa, a pior ditadura é a do judiciário. Se houver coerência, pau que está dando em chico irá dar em francisco. Impõe-se restabelecer a dignidade da pessoa humana, não necessitamos de ingênuos ou deliberados justiceiros.
Cristiano Neves diz
Tá bom, Moro escorregou, mas cadê a justificativa para levar para o STF toda a investigação?
valdir a.guimarães diz
Verdade que o povo se divide entre os que apenas possuem o voto para exercer cidadania e aqueles que além do voto também detêm o poder da manipulação; essa balança não possui o fiel. É imoral. São, convenientemente, dois pesos e duas medidas. No frigir dos ovos somente os segundos perdem. Nada, absolutamente, se pode esperar de bom para o futuro. Alguém escreveu: “O Brasil é um país grande e bobo”. A propósito, diante de tantos e idolatrados ídolos de barro, criados com enviesada utilização do culto à personalidade, vale lembrar uma frase atribuída à Fernanda Montenegro, aludindo-se com a introdução de uma vírgula numa outra que seria de Charles De Gaulle: “O Brasil não é um país, sério”. Portanto, para aqueles que legitimam o atuar do magistrado Moro, sugiro navegar pelo site Migalhas, porque irão encontrar o voto de Gilmar tecendo-lhe duras críticas, o assunto era o mesmo, apenas que a causa em pauta envolvia o Banestado e, logicamente, o PSDB. Pena não termos uma imprensa comprometida em contribuir para que nosso país se torne, de fato, um lugar bom para se viver.
Daniel Santos diz
O Exmo. Sr, Ministro não ponderou todas as ações da lava jato para tecer seus comentários em relação ao grampó no telefone de Lula. O interceptado é alvo de várias denúncias que se encaixam dentro da maior quadrilha já formada dentro de uma nação. Os fatos inseridos no mensalão e encaixados na lava jato, não dão, em qualquer hipótese, o direito ao Sr. Lula dos benefícios que acha que tem na República do povo e não dele como ex-presidente. O que deveria ser questionado e não foi! Seria que a escuta não foi tirada no dia e hora determinados pelo Juiz Moro. Mas o que depois saiu, não foi fato de criar um clima de desordem política no país. Foi sim uma maneira do povo entender com quais pessoas lidou no passado, e lida no presente. É no mínimo uma falta de respeito com os cidadãos o tipo de conversa mesquinha e supressora frente ao princípios éticos de qualquer sociedade, o diálogo captado na escuta. Por isso Sr. Ministro Teori… Não veja na população a revolta, mas sim o espanto e a responsabilidade que a toga outorgada a V. Exa., vai ser importante para a moralização e justiça deste país.
alvaro mello diz
Estas gravações, mostraram realmente p a população prejudicada, o nível realmente desses politicos, a impunidade, como as coisas são maquiadas, e este politicos impunes, que se acham acima da lei, como se fosse o dono do Brasil, o povo tem que saber mesmo, Sr. Moro esta correto parabens
jura diz
que imagem os nossos políticos esta passando pra o resto do mundo um verdadeiro mando e desmando isto tudo porque tem muita gente para mandar e ninguém manda nada pois estão todos corrompidos de um modo geral ai ficam enrolando dando tempo ao tempo e esperando que a população esqueça os acontecimentos apurados e divulgados conclusão nada acontece
Haroldo diz
Estes petistas ignorantes teimam em disseminar o ódio entre as pessoas, insistindo na idéia de que a crise no Brasil é ideológica, da direita contra a esquerda. Ledo engano, trata-se de uma crise ética, onde políticos, servidores públicos e empresários estão envolvidos em uma roubalheira sem precedentes. A grande maioria do povo, independente de sua ideologia, está indignado com tudo isso. Falta apenas o PT se indignar, mostrar também que é contra a roubalheira.
Haroldo diz
O Doutor Sérgio Moro agiu corretamente ao divulgar as gravações. Foi a sua única saída para barrar a manobra ilícita que o Lula e a senhora Dilma estava querendo aplicar na justiça.
Esta atitude trouxe à luz, o quanto uma presidente petista está disposta a fazer para manter o seu projeto de poder e esta é apenas uma das irregularidades de seu governo que se junta a uma lista enorme.
IVAN HERMANO FERNANDES LAGE diz
O Ministro Teori só impôs a sua versão sobre os fatos porque já não estava mais lá, para submete-la ao crivo das prerrogativas constitucionais das mais lúcidas interpretações, daquele brasileiro verde e amarelo, guardião intransigente e combativo do direito, juiz em sua mais alta expressão, o Ministro Joaquim Barbosa.
Roberto Silva diz
Até quando deixar a população tensa, radilizada e polarizada quase a ponto de partir para violência é promover justiça. Jogar na mídia grampos antes mesmo deles serem julgados, não seria também um descaso com a população sob a ótica do que seja justiça.
Não seria justamente o contrário o conceito de atuação como juíz.
Roberto Silva diz
O Moro deu um tiro no própio pé por conta própria ! O Teori apenas tentou corrigir um
erro que se deixasse passar arranharia mais ainda a imagem da Justiça Brasileira tão comprometida.
Moro pode ter muitas virtudes, mas como qualquer ser humano errou e errou feio nestas questões de grampos e principalmente como foi feita a sua divulgação imprensa. A vaidade começou a lhe subir na cabeça, anulando embaçando sua atividade de juiz.
Por fim, vemos o Gilmar Mendes misturar justiça com política tomando partido tão abertamente e a crítica nada diz. A IMPARCIALIDADE deveria ao meu ver ser a tônica fundamental em questões jurídicas, porém isto é utopia.
Neste período de lava-jato, se observarmos, vemos apenas uma parte sendo investigada e punida, será que as outras são totalmente limpas ? Será que se varrer do mapa político esse pessoal que esta sendo investigado, o Brasil vira um mar de rosas totalmente isento de corrupção ?
Ao se fazer uma limpeza, deve fazê-lo como um todo !
Alex diz
Carissimo
Se o presidente esta em coluio c traficante e a policia rastreia o traficante o q acontecera? A policia vai atras do traficante e o presidente fica nas maos de juiz q assenta em processos e deuxa o tempo passar??
Qtos processos de fori privilegiado estao engavetados? Vista de proxesso? Meu caro Levando sk q o diga
Paciencia da populacao tem limites!!!
Se Moro fez certo ou errado tem 2 lados q se opoem MAS ELE FEZ UM BEM ENORME AO BRASIL!!!!
Xisto Silva diz
Ramiro, ele (Moro) pode até ter falhado, mas causou um bem enorme à nação com esse episódio!