Os números do Datafolha sobre os protestos de sexta-feira, patrocinados por CUT, MST e UNE, desmontam as versões vendidas pelos líderes e encampada por boa parte da imprensa de que foi um ato em defesa da presidente Dilma e contra o impeachment.
Não deixam ela e o governo tão bem, mas acabam dando alguma ideia de espontaneidade ao movimento acusado de ter pago militância.
Os números em cima de 313 entrevistas e margem de erro de 6%:
1. Só 4% disseram que foram às ruas em apoio à presidente Dilma Rousseff.
2. Só 32% disseram que ela não sabia da corrupção na Petrobras. Ela sabia para 63%, sendo: 36% que ela sabia mas não podia fazer nada, 27% que sabia e deixou que as coisas ocorressem.
3. 25% disseram ter ido em defesa de direitos trabalhistas, 22% por aumento salarial, 19% por reforma política, 18% em defesa da Petrobras.
4. 71% disseram ter votado nela no segundo turno.
5. 68% eram de nível superior e 40% têm o PT como partido de preferência. A maior parte, de funcionários públicos.
O Datafolha apurou 41 mil pessoas nos protestos em São Paulo, durante todo o período do movimento, com picos de 35 mil entre 17h e 18h. O instituto inaugurou a medição de multidões na campanha das Diretas, em 1984, levando em consideração o cálculo das áreas com mais e menos concentração.
Gerou muita polêmica na época porque as lideranças do movimento queria inflar os números que acabavam bastante reduzidos pelo instituto. No mais famoso deles, o comício da Candelária, no Rio, enquanto se falava nos outros jornais em 1 a 1,2 milhão de presenças, a Folha informava, com base em seus dados, em 368 mil.
Pode até não ser confiável, mas é o único método científico em uso.
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