O último Datafolha, desta quarta-feira 10, trouxe alguns resultados favoráveis a Dilma Roussef e desfavoráveis a Marina Silva – e mais ou menos para Aécio – como reflexo, acho eu, da propaganda exuberante do PT no horário eleitoral e da pancadaria desfechada na ambientalista pelos partidários do Planalto.
A saber:
1. Dilma recuperou terreno em diferentes faixas do eleitorado, inclusive em São Paulo, onde tem maior rejeição, depois de aparecer na primeira pesquisa atrás de Marina no primeiro e no segundo turnos. Agora já empata com ela nos dois, em torno de 35% no primeiro e 45% no segundo.
2. Aécio recuperou parte do terreno em Minas Gerais, principalmente na capital, tomando o segundo lugar que estava com Marina. No Estado, Dilma tem 33%, ele 26% e Marina 25%. Mas, no cômputo do país, se mantém na faixa de 15%. Marina, curiosamente, ampliou terreno no centro-oeste, onde está a força do agronegócio.
3. Por conta da pancadaria que vem recebendo na TV e nas mídias sociais, Marina foi a que mais perdeu e viu sua rejeição aumentar desde que começaram as pesquisas com seu nome, no meio de agosto. Sua vantagem sobre Dilma no segundo turno foi anulada e sua rejeição saltou de 11% para 18% desde então.
4. A pancadaria fez mais efeito entre eleitores de renda superior, por onde trafega Aécio. O que pode indicar que uma eventual queda dela favoreceria mais o tucano.
5. Dilma tem rejeição significativa em Minas, 31%, próxima a que tem em São Paulo (38%), mas surpreende que Aécio não fique muito atrás. Tem 25%, um quarto do eleitorado, de rejeição em seu estado.
6. Considerando dados disponíveis sobre Minas Gerais, Dilma tem melhor avaliação entre os mais pobres, os de menor escolaridade e moradores de menores cidades. Aécio, o contrário: mais ricos, mais instruídos e de regiões mais abastadas. Marina trafega pela área de Aécio, mas em mais força entre os mais jovens e os evangélicos.
7. Dilma tem um piso e um teto de voto cristalizado, por afinidade, entre 32% e 39%. Marina, entre 28% e 37%. Aécio, entre 12% e 19%. O estudo do Datafolha analisa variáveis para medir o grau de afinidade do eleitor com os candidatos e projetar limites de volatilidade, entre o piso e o teto.
Gerson diz
Análise perfeita. A menos que haja algum fato novo e significativo, Dilma ganha as eleições.