Grande sacada do jovem roteirista Dan Fogelman.
Ele pegou a ótima história do músico inglês Steve Tilston, que só soube de uma carta enviada a ele por John Lennon 40 anos depois, e fez um simpático filme sobre recomeço de vida na terceira idade.
O jovem músico promissor dera uma entrevista em 1971, sobre compromisso com a arte e seu medo de ser engolido pelo dinheiro e pelo sucesso. O líder dos Beatles, por quem ele daria a vida para ter um encontro, se sensibilizou pelo caso e lhe mandou uma carta inspirada com telefone para contato. Só que a enviou para o editor da revista, que nunca a entregou.
A partir desse mote, o roteirista criou a história de Danny Collins (Não olhe Pra Trás). Um roqueiro milionário, drogado, deprimido e com contas a acertar com seu passado, que vê na carta um sinal para retomar seu caminho original. Está cansado de sair em turnê pelo país cantarolando os mesmos sucessos fáceis e previsíveis que lhe dão… dinheiro e sucesso.
O filme parece encomenda para Al Pacino, sempre estonteante em pobres diabos cínicos em busca de um motivo para mudar de vida (O Advogado do Diabo, Insônia, Tudo por Dinheiro). Mas dá para entrever a mão leve desse jovem e já experiente roteirista que gosta de boas comédias dramáticas com histórias de recomeço depois de um bom trauma.
Escreveu dois dos melhores desenhos da Pixar (Enrolados e Cars) e Amor à Toda Prova (Crazy, Stupid, Love), de 2011. Com elenco estelar, aqui acompanha o sujeito na maturidade que precisa reaprender a conquistar mulheres depois de um divórcio.
Tudo leve, divertido e levemente dramático. Tem futuro.
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