Ao comprar apoio do Centrão a seus aliados na Câmara e no Senado, Bolsonaro desce ao pântano e cala fiéis e opositores.
Meu post sobre a ida de Bolsonaro às compras para levar o Centrão a eleger Lira e Pacheco, nas presidências da Câmara e do Senado, não fez o menor sucesso.
É o tipo de postagem que não agrada a nenhum dos lados do espectro político.
Os contra que gostariam que ele se ferrasse numa derrota fragosa para Maia e seu candidato. Os a favor, que detestam conviver com a ideia de que seu Mito também desce ao pântano para se manter no poder.
É daquelas vezes em que os dois lados ensaiam uma harmonia forçada, sem ter armas com que revidar. E eu fico pensando se esse tipo de corrupção, a cooptação à brasileira, não é o nosso marco civilizatório.
Um presidente arrasta paixões e conflitos até o dia em que se descobre que ele coopta também, compra também. Até o momento em que os dois lados perdem o motivo para defendê-lo ou agredi-lo.
É um tanto de rendição dos dois lados. Foda-se, não adianta lutar, diz um. Foda-se, pra que defendê-lo?, pensa outro.
E instaura-se o silêncio, certa paz, posts com menos curtidas. Para o bem de todos.
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