A história dos três maiores debates da era da TV é também a da vitória dos três candidatos que se apresentaram mais firmes, seguros, descansados, alinhados, bem penteados e até bonitos: John Kennedy contra Richard Nixon em 1962, Ronald Reagan contra Walter Mondale em 84 e Fernando Collor de Melo contra Lula, em 1989.
Há vasta literatura sobre o jeito descuidado e cansado de seus oponentes, envolvidos até a última hora com reuniões de campanha que os impediram de se preparar para o debate, que fez parecer para quem estivesse vendo a TV sem som o confronto entre um príncipe e um sapo.
Fernando Collor de Mello se recolheu em um hotel um dia antes. Descansou, reuniu documentos, ouviu poucos assessores e chegou para matar. Estava no pleno domínio de seus reflexos contra um Lula acuado e visivelmente exaurido.
Há outra vasta literatura sobre a manipulação do debate no Jornal Nacional como a melhor explicação para o infortúnio de Lula, mas os defensores da edição têm a boa explicação de que não dava para mostrar um empate onde tinha havido, de fato, um massacre.
— Não dá para dizer que o jogo ficou empatado se um dos times ganhou de 3 a 0 — disse mais ou menos à época um dos diretores da emissora.
Se esses antecedentes explicam alguma coisa, João Leite ganhou o debate da Globo ontem à noite.
Mais seguro, vertical, queixo empinado, olhar, voz e gestos firmes, mais preocupados com a câmera do que com o adversário, mostrou distância considerável do jeito um tanto adolescente raivoso que chama o colega pra briga de rua nos debates anteriores, sobretudo os primeiros do segundo turno, na Rede TV e na Record.
Agravou o contraponto com um Alexandre Kalil, por natureza já curvado, visivelmente cansado. Lento, impaciente, um tanto esgotado e com uma preguiça visível de repetir e explicitar as fragilidades que vê no adversário. Uma distância também considerável do tranquilão de reflexo rápido, alguma ironia e até algum deboche dos debates anteriores.
Comunicação inconsciente
Os tempos mudaram, os debates ficaram piores e previsíveis, cheios de manhas marqueteiras e, no que diz respeito a conteúdo, tanto faz assisti-los de som aberto ou fechado.
É uma camisa de força irritante, de contados 1 minuto no máximo para as respostas, que faz qualquer candidato parecer idiota quando tenta fazer três coisas ao mesmo tempo, como sempre acontece: responder, cutucar o adversário e promover suas propostas. Uma dia as TVs terão coragem de tomá-los dos partidos e deixar os candidatos falarem à vontade, confiando na maturidade deles e dos telespectadores para julgar abusos.
E acresce que tendemos a achar que, neste tipo de encontro, o vencedor é aquele por quem torcemos, em quem tendemos a supervalorizar as virtudes ao mesmo tempo que super dimensionamos os defeitos do outro. Mas há boa parcela de indecisos e um amplo recanto da mente que se deixa seduzir por esse tipo de comparação.
É nessa faixa e nesse jogo que se trava no inconsciente, que, respeitando-se os antecedentes históricos, João Leite por ter ganho. É bem possível que suscite a mesma comparação entre príncipe e o sapo, confundida com preparo versus despreparo, nem que seja na parcela de indecisos e desavisados predispostos a serem convencidos sem barreiras ideológicas. (Outra longa conversa para um artigo.)
É onde é até mais bonito, como acreditam seus marqueteiros que gostam de promovê-lo para o contingente feminino. E suas competências ou falta delas, pouco importam.
José de Alencar diz
Espero que a sua coluna esteja ganhando bem para fazer propaganda para o João Leite – ainda que seja uma propaganda muito mal feita.
Porque se o senhor tiver escrito por convicção, o senhor não entende tanto do modo de pensar do povo brasileiro nos dias atuais quanto tenta demonstrar, sobretudo comparando o debate para eleições municipais de Belo Horizonte de 2016 com o da Presidência dos Estados Unidos de 30 e 50 anos atrás. É comparar quem vai asfaltar rua no bairro Jaqueline com quem vai mandar o homem à lua. Nem falo do debate entre Collor e Lula, porque ali a diferença de perfil dos candidatos era abissal, de modo que por trás do debate em si havia sim um mundo de fantasias e medos.
Em pleno século XXI o povo brasileiro já tomou muita cacetada – sobretudo de políticos engravatados e bem penteados – para ainda cair na sedução de uma imagem. Muito pelo contrário, as pessoas já conseguem enxergar no João Leite dos debates aquele religioso hipócrita que fala manso para, de algum modo, te levar no bico.
E o que o fez deixar de cair na preferência do eleitorado como no início da campanha do 2° turno foi exatamente ele ter se tornado “gente” e começado a agredir claramente o Alexandre Kalil. O brasileiro adora um barraco – e o pior, respeita que faz barraco. Inclusive está também aí a causa do aparecimento do Kalil praticamente do nada. Todo mundo nota que ele é um grosso sincero, ao contrário do candidato do PSDB. E gostar de gente grossa e barraqueira também não é propriamente uma virtude a se colocar na conta de uma sociedade …
O que vai decidir esse pleito não é absolutamente a imagem do João Leite ou do Alexandre Kalil. E nem são as propostas de cada um.
O que vai decidir será a rejeição ao modus operandi de cada um (e os marqueteiros sabem disso – e o exploraram amplamente).
Infelizmente. Mas o Brasil ainda é assim. Não se vota mais em imagens, mas ainda se vota em personalidades.
Este país só se tornará um país sério quando os cidadãos passarem a votar em ideias.
Luciano diz
Infelizmente temos que optar pelo menos ruim…. Político como João Leite não dá, o cara será manipulado pelos caciques do PSDB como Aécio. Esse cara não tem peito para administrar uma cidade. Cara que há 20anos de assembléia. Só lembramos das defesas de “direitos humanos” a bandidos….
Vams tentar apostar em algo novo, diferente do que está aí. Não que seja perfeito, mas diferente. É seja o que Deus Quiser!!!
Carlos Augusto Machado diz
O João Leite cada vez mais se mostra como um pastorzinho a procura de fieis com sua vozinha mansa e fingida . Me faz lembrar aqueles meninos CDF do tempo de colégio que tomava uns tapas na esquina para não entregar os colegas tinham colado e fumado escondido ao diretor. Aí um dia amparado pelo irmão mais velho fazia referencia as nossas mães, no outro dia sem proteção ficava na sala de aula a hora do recreio com medo de enfrentar os que havia xingado. Não acredito nele como pessoa que possa assumir sozinho posturas enérgicas para enfrentar desafios. O pior é que é meretriz arrependida no tocante a segurança. Defensor dos Direitos dos “Manos” e agora vem posar como salvador futuro , que para mim é o maior desafio de BH. É um sucessor da D. Helena Greco, que defendia bem um bando de ladrões que assaltavam casas e depois apagava com borracha suas falsas convicções as impressões das páginas de registro das vidas criminosas deles.
O Kalil é um louco, estilo Collor que o povo tanto adora e que tem na sua gestão motivos de não pagar impostos.
Assim mesmo que os dois candidatos sejam da pior linhagem, pensarei mais alto, inspirado no incansável defensor atual do país, o juiz Sergio Moro, que está colocando políticos e empresários safados nas grades. Embora jamais merecendo meu voto, pelo exposto, votarei no Kalil, para afastar a possibilidade de vitória do João Leite que seria a alegria dos bandidos. Uma grande bobagem esta comparação de sapo e príncipe .
João Carloss diz
Fora Aecim e seus capachos
João Carloss diz
Nesse domingo, precisamos mostrar para as turma do Aécim,que não queremos eles nunca mais em Minas e no Brasil.fora Aecim e seus caprichos.
Robertson diz
Voces do UAI vão tomar ferro. A mando do Leite em Pó, que vai perder pela terceira vez (Presidente, Governo e agora Prefeitura de BH) e pedir música no fantástico, ficam denegrindo o grande Kalil. Fora tucagem, bando de lesa pátrias e seus paus mandados.
Marcos diz
Collor, o príncipe, descansado e coisa e tal, ganhou sim (desconsiderando o “boato” de que o debate foi manipulado). E deu no que deu. Que post mais ridículo, tentando justificar o óbvio: João Leite é um fantoche, mais um daqueles políticos profissionais.
Paulo Emilio diz
Tanto faz um ou outro. E se engana quem imagina Kalil o bom moço. Trambiqueiro que se diz não político.
Leonardo diz
A campanha mais podre que vi na minha vida foi essa do João leite, principalmente depois que perdeu a liderança. Esse cara cheio de promessas, se ganhasse, no dia seguinte ia fazer igual o Dória que começou a desmentir suas mil promessas.
Silvania diz
E a postura de jagunço? ou é de capataz das fazendas de café ou seria dos canaviais?
Tarcísio Tones diz
Quanta bobagem. Do blogueiro e nos comentários.
Maria diz
O Kalil começou a campanha se dizendo sem dinheiro. Acabou a campanha falando que tem 48 milhões de reais, apesar de ter declarado apenas 2 milhões. E tem gente achando que ele é “o novo”. Hahaha
Fernando diz
Pois é. O mais treinado pelos marqueteiros ganha debate. Sera que o povo ainda cai nessa? Os mesmos sempre?
Paulo Roberto diz
Até quando iremos conviver e assistir a este tipo de debate, que não leva a nada! O correto é o debate com a população, onde os eleitores é que irão apresentar as perguntas aos candidatos, e não perguntas entre os mesmos, que dá no que estamos assistindo, mera troca de “amabilidades”, para não dizer outras coisas.
Não apresentam o seu programa de governo e sim promessas vagas e ilusões. Vamos mudar este país gente, vamos de 31 no dia 30. Quem sabe se quem nunca esteve lá não vai acabar com a roubalheira no setor público! Esperança Brasil! Sem roubalheira sobra dinheiro sim! Chega de hipocricia entre Judiciario, Legislativo e Executivo, um protegendo o outro para manter a farra com o nosso dinheiro. Acorda Povo!
valdir diz
Conquanto a irrelevância da constatação – bonito vs feio, calmo vs irritado, gentil vs grosso -, lamentavelmente muitos se deixam levar, se orientam e decidem por tais paradigmas; daí a legitimidade do enunciado. Todavia, aqui a inconveniência de nossa imprensa, como partidariamente a mídia adotou um lado, e o fez da forma mais interesseira e criminosa que se possa imaginar, socialmente falando, verdade que quase toda a sociedade se dividiu em dois lados e se tornaram presa fácil para os manipuladores. Ainda assim, restam dois. Um, posto que originário da periferia e atleta em época pouco importante financeiramente, debandou para o lado dos políticos profissionais com suas intrigas e manipulações administradas pela mídia, e o outro não sabemos o que será como administrador público. O João, depois de tanto tempo na profissão de político, já sei quem é: não presta; o Kallil, dispensando as informações da imprensa, não sei, portanto, poderá ser bom. Aposto nele.
Paulo Roberto diz
João Leita Ficha Limpa? Onde? Uma pessoa que se diz “trabalhar” para o povo e recebendo auxilio moradia, auxilio paleto e tantos benefícios que ele ajudou a aprovar em proveito próprio da ALMG isso é honestidade? Fora João Leite Azedo!
Maurício diz
Que coisa mais boba esse post!
Marcelo Lopes diz
Como disse minha tia de 94 anos: esse João Leite se parece com as comadres fofoqueiras do interior. Passam o dia falando das pessoas.
Vcm diz
Sim claro. João Leite ganhou só se for de mais arrogante.
Carlin de Venda Nova diz
Qto à aparência .. João Leite é muito fraco, não fala bem, inseguro e essa mudança de postura dele querendo ser agressivo… Patético. Propostas então… todas genérica e não mostra de onde virá os recursos e como fará. Tudo pra inglês ver.
Na realidade o Kalil não é o candidato dos sonhos, mas é menos pior que o picolé de chuchu. Só pela experiência administrativa do PSDB quebrando o Estado de Minas, ba PBHao lado de Márcio Lacerda e qdo governaram o Brasil quebrando o país 3 vezes já se tem uma amostra do que fará na PBH. Pior que o Lacerda, muito pior..
Carlin de Venda Nova diz
Realmente João Leite é sincero e honesto. Tem o nome na lista de Furnas por recebimento de dinheiro junto com seu padrinho (que teve a veracidade confirmada em perícia da justiça federal do Rio). Ganhava caladinho super salários de 70 mil que corrigidos equivalem a 200 mil hoje. Apoiado pelo Probo Aécio Neves que está até o pescoço na Lava jato. Foi e é fiel escudeiro na Assembléia dessa malta, desses sepulcros caiados, desses falsos moralistas do PSDB e seus aliados.
Aguardem a delação sobre as obras da cidade administrativa pela Andrade Gutierrez. Aí sim, vai mostrar quem é quem, inclusive esse picolé de chuchu do João Leite e seu Anastasia, Aécin e cia.
Itamar diz
O João Leite mostra tudo de podre que nossos politicos vem adotando em nosso Brasil.
A coisa é tão fácil de resolver que parece que ele fala em um paiz bem mais evoluido do o nosso.
Não sei porque não fez nada antes, e esqueceu suas proposta quando vio o adversário. Ultrapassar nas pesquisas.
O outro candidato está tentando entender como entra em uma politica que só existe bla bla ba.
Estamos ferrados.
Eduardo Jose Gomes Cruz diz
Achei o debate bem mais ameno que os outros. As acusações ficaram mais como alfinetadas sem aquele tom fervoroso e de raiva dos candidatos. A meu ver Kalil aparentava bem mais cansado, sem paciência para responder, não estava afim nem de cumprir todo o tempo de resposta. Mas cada um tem a sua preferencia, eu tenho a minha, e vejo que o candidato João Leite mais preparado. Afinal não há como chutar os políticos e a política para administrar a cidade.
Carlos diz
Nitidamente existe uma diferença enorme entre os dois candidatos. Um deles é do bem, sincero, ficha limpa, correto, sem manchas. O outro é um mentiroso, não paga impostos, mal educado e grosseiro. Ou seja, João Leite, o próximo prefeito de Belo Horizonte.
Alexandre diz
Os debates servem apenas para eleitores que não conhecem a vida pregressa dos candidatos é que não leram suas propostas de governo. Infelizmente, na era da televisão, dá-se importância significativa nessa hora. Quem é a pessoa, seu passado, seu caráter, suas realizações e possíveis crimes cometidos, sao relegados a um segundo plano. Tudo pelo “cosmético”. Não estamos elegendo o Mr Simpatia, Precisamos de alguém que tenha uma vida impecável, alguém que se destaque pelo bom senso e ética. Os dois candidatos estão em vértices opostos dessa moeda. Belo Horizonte precisa escolher João Leite.
Melão diz
Esses debates deveriam seguir a regra do UFC onde só disputam lutadores do mesmo peso e altura e para o caso de debates políticos, com a mesma aparência física,exatamente para se evitar injustiças.Por curiosidade: Já pensaram em um debate entre João Leite e o Rodrigo Sorriso,,aquele candidato do PMDB ?
geraldo antônio Teixeira diz
Achei o debate muito engessado. deveria ter mais tempo para expor o programa do candidato, sem atropelamento. e que o telespectador eleitor que caberá o julgamento.
Águeda diz
Lembrei-me da fala do Brizola: o demo contra o coisa ruim. Tudo farinha do mesmo saco.
Nicanor Mendes diz
Qual a relevância disso?
Jaten Rabei diz
Já que você acha o João Leite tão bonito, case-se com ele! Uiuiui!