Paulo Henrique Amorim resume sem medo com todas as letras em seu blog as intenções do ministro demitido Thomas Traumann com seu documento em que defende o uso de dinheiro público para fazer propaganda partidária:
O Conversa Afiada deseja, com ardor e entusiasmo, que o centro do Governo se dedique à leitura do documento original do Ministro Traumann (…) e trate a comunicação como uma questão “política” e, não, “científica”.
Por “científica”ele ironiza a mídia técnica que distribui os recursos de publicidade segundo a audiência dos veículos e não seu engajamento com o governo.
Adotado pela antecessora de Traumann, Helena Chagas, baseado nos princípios da publicidade pública de impessoalidade, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade e eficiência, acabou com a farra das verbas para os blogs chapa branca. Ou “sujos”, na linguagem da grande imprensa, por fazer o serviço de receber do governo para elogiá-lo e bater nos adversários.
Paulo Henrique Amorim é uma espécie de pioneiro e líder dessa legião. Demitido da Globo em 1996, onde fez uma brilhante carreira de comentarista e correspondente internacional, cresceu no governo Lula com o blog Conversa Afiada, patrocinado por estatais.
Ali, por convicção ou rancor, desanca a emissora como epicentro de todos os males da mídia tradicional. Entre pejorativo e grosseiro, é mestre em rótulos depreciativos sobre a imparcialidade dos grandes: A Globo é glopista, a Folha de S. Paulo é Fel-ha, o Datafolha é Datafalha.
Não se importa de fazer defesas desconfortáveis e nem, como no caso de Traumann, acusar o governo pelas razões erradas.
Ainda não inventaram melhor forma de distribuir e otimizar os recursos públicos, senão segundo o serviço que entregam, como – até onde se percebe e conhecidas as injeções políticas – Helena Chagas vinha impondo. Quem tem mais audiência, mais recursos. Para azar de Paulo Henrique, a Globo detém 60% da audiência e leva 43% da verba destinada a TV. Cientificamente.
Aliás, um bom termômetro para medir as boas ações do governo é checar se esses blogs, Conversa Afiada à frente, estão combatendo.
Num caso sintomático de crítica ao governo pelo motivo errado é a matéria de Conceição Lemes, do Viomundo, que ele transcreve e elogia no blog, sobre os investimentos de publicidade do governo em 2012, ainda sob a gestão de Helena, não por acaso derrubada em 2013 pelo grupo afinado com Traumann e o antecessor no governo Lula, Franklin Martins.
>>>Veja meu artigo Réquiem para Helena Chagas – Ela bem que merecia velório melhor
A lista, por ordem decrescente de valores e importância dos veículos, é tudo o que eles condenam e tudo o que, pela tradição e a lei, interessa ao serviço público.
Veja quadros e o texto nesse link>>>
Inclusive, publicar em alguns blogs chapa branca e o dele, que está lá, com R$ 628 mil recebidos naquele ano, posição 16 entre os 20 contemplados, segundo certamente medição de audiência.
Ele deveria elogiar, não?
Lobo diz
Tive uma emissora de radio por 7 anos numa cidade do interior de São Paulo, afiliada Jovem Pan, e NUNCA consegui publicidade do Governo, apesar que era lider de audiencia na minha cidade e em mais 18 cidades em volta. Sabia que os criterios são voltados para rádios de politicos e eu não sou um deles.
Assim, colocavam publicidade em rádios menores, sem expressão, jogando fora o dinheiro do contribuinte.
Reclamar para quem? Ministro das Comunicações Paulo Bernando, na época? Secretario Traumann ou Helena Chagas? Nem se deram ao trabalho de responder meus questionamentos, era um zero a esquerda por não ser politico ou ligado ao governo.