Benvindos à modernidade.
A colunista da CBN, Lúcia Hipólito, contou que, assim que chegaram as primeiras informações sobre o massacre de crianças na escola do Realengo, no Rio, a primeira suspeita era de que pudesse ser algum traficante em busca de alguma vingança.
Seria mais, digamos, aceitável, disse ela, para explicar o inexplicável, algo absolutamente inusitado em nossa história, em nossas vidas. Para concluir que essa é, tragicamente, a entrada do país num tipo de modernidade esquisita (não com essas palavras). Aquela em que sujeitos isolados abrem fogo contra pessoas para extravasar suas neuroses.
Sim, é uma doença moderna essa de psicopatas solitários que saem atirando no mundo para purgar as suas e as contradições do mundo. De um tempo em que as armas são mais modernas, dão mais tiros, e há mais gente nas ruas, nos cinemas, nas escolas. Um turbilhão maluco de publicidade, seitas e terrorismos açoitando mentes frágeis predispostas.
Que pode piorar. Outros Welingtons Menezes, o atirador embalado por uma seita particular, estão por aí. Como dizem alguns livros à respeito, podem ser nossos vizinhos, nossos colegas de trabalho, nossas esposas e maridos. O doente pode ser o vizinho.
Mas é tão louco, tão estranho e tão inusitado, que, como disse Lúcia Hipólito, se fosse um dos traficantes que tivesse descido uma das favelas do Rio para fazer sua vingança, pareceria mais lógico.
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