Auto-ajuda turbina as 10 fanpages mais curtidas do país

Como Rihanna, Sakhira e Cristiano Ronaldo no mundo, o Guaraná Antárctica, a L’Oreal e a bala Halls não são necessariamente os únicos e nem necessariamente os mais populares em seus segmentos no Brasil, onde existem Coca-Cola, Natura e Biss. O que explica então estarem entre as 10 fanpages mais curtidas do país?

Minha primeira impressão é que apelaram para a auto-ajuda, aliando com competência o foco de seu negócio com o nicho mais lucrativo da indústria editorial, o de mudança pelo pensamento positivo.

– Se sua bebida não brilha, não tente ofuscar a minha – diz o Guaraná Antárctica, no topo das mais populares, com 17,2 de fãs.

– Eu não acordo linda, eu acordo fabulosa – emenda a L’Óreal, com 6,7 milhões.

– Vou pra cima do que eu quero – manda ver o Halls, 6,1 milhões.

No mesmo ramo de auto-ajuda bem sucedida pode-se incluir o banco Itaú, com 6,6 milhões, que não é adepto de frases de efeito, mas tem a esperteza de encher sua fanpage do que se comprovou até agora de alta eficácia para atrair curtidas e compartilhamentos – fotos fofas de crianças e cachorros.

A opção pode explicar também o seu distanciamento do Bradesco, maior e mais popular que ele fora da internet, com 2 milhões de fãs a menos (4,2 milhões). Sua página preocupa-se mais em prestar informações ou serviços num tom meio doutrinário (faça isso, lembre-se daquilo) do que em oferecer motivação e catarse.

Mas, e as que não fazem auto-ajuda?

Um passeio pelas outras de maior sucesso, que não apelaram para a auto-ajuda, parece indicar que trouxeram para dentro da internet o monopólio que já matinham fora dela ou se vincularam com competência a nichos apaixonantes da internet:

Sucesso fora já consolidado:

Skol, com 13,3, tem quase 10 milhões a mais que a Brahma, com 3,4.
Garoto e Lacta, maiores marcas de chocolate do país, têm, respectivamente, 11,5 e 7,4 milhões de fãs.
Futebol – Ronaldinho Gaúcho chega a 13,5 milhões, sem concorrente à vista, mais de 12 milhões à frente de clássicos como Ronaldo Fenômeno (2,5 milhões) e Pelé (2,2 milhões).

Nichos apaixonastes, bem explorados:

Viagens – Hotel Urbano, com 9,8.
Sapato – Netshoes, que virou sinônimo de compra fácil desse produto na internet, com 7,5 milhões.

São páginas de foco claro e posicionamento nada mais do que correto, servindo a seus seguidores boa dose de informação aliada ao prazer de ter seus produtos. Pode-se imaginar que, mesmo sem estratégias mais criativas, estariam bem posicionadas.

O que faz diferença nas primeiras, porém, é que se destacaram sem deterem o monopólio de seus nichos, sem terem se valido apenas de seu sucesso de fora ou criado algo novo, vinculado a alguma paixão das redes sociais.

Tudo sumado, o resumo da história é que estratégias corretas vinculadas a nichos bem escolhidos ajudam a turbinar o sucesso que vem de fora. Mas que aliar isso tudo a uma bom apelo motivacional por mudança de vida pode fazer a maior diferença.

Seja para um refrigerante cheio de concorrentes, um xampu menos popular que os outros ou uma bala azeda.