Neil Patel estava numa encruzilhada por volta dos 16 anos.
Filho de uma família de indianos empreendedores, em Londres, tinha se metido sem sucesso em vários pequenos negócios de vendas, como peças de carro e aspiradores de pó.
Quebrou a cara na contratação de uma empresa de marketing para turbinar seu primeiro site, de empregos, que não lhe trouxe resultados.
Foi então que decidiu estudar marketing digital, se mudou para a Califórnia e produziu os primeiros grandes resultados para o primeiro cliente.
E dele para uma disparada que deu em quatro empresas milionárias, os maiores clientes do mundo – Amazon, Viacon, General Eletric – e presença nas principais listas dos maiores empreendedores mundiais da internet.
Ele é de longe a maior autoridade em tráfego orgânico do mundo, aquele em que você utiliza as estratégias certas para ser visto sem pagar.
De tal forma competente, que chegou ao Brasil, há quatro anos, desbancando a maioria dos sites nacionais nos primeiros lugares de ranqueamento do Google. Disputando em português.
Quer dizer: ele não veio dominar a língua, ele veio dominar mais que os empreendedores nacionais os negócios que usam o português.
Dominar o algoritmo
Se você pesquisar, por exemplo, “maarketing de conteúdo”, o texto dele aparecerá na terceira posição…
O mesmo ele consegue nos países e línguas em que vai entrando, em italiano, alemão ou espanhol.
É a mais reconhecida autoridade em tirar proveito das artimanhas do algoritmo da tentacular rede de pesquisas, um mistério que se modifica a cada dia em milhares de modificações anuais.
>>> Veja meu artigo Sete dicas básicas de SEO para escrever para o Google
Chegou a nível de sofisticação, que percebe um conteúdo de qualidade honesto e o prioriza mesmo sobre um pago.
Não quer dizer que, pagando, você terá prioridade nas pesquisas, se seu conteúdo não for superior em volume de informação, qualidade do texto, tempo que segura o leitor, entre outros.
Em cima disso, Patel criou ferramentas poderosas – e milionárias – que vão além do algoritmo para perceber pontos e fortes e fracos de um site para ser percebido pelo mecanismo de pesquisa.
Usa inteligência artificial para perceber, por exemplo, pontos mais aquecidos de um site pelo tráfego do usuário.
Com o incremento de dados valiosos para anunciantes, como a quantidade de pesquisas e preço de leilão dos anúncios dos termos pesquisados.
Uma de suas ferramentas mais amadas, de acesso por assinatura, a Ubbersuggest.
Ela permite cruzamentos variados para se buscar a melhor opção de termos e expressões e seu custo benefício para produzir conteúdo de acordo com a demanda de pesquisas.
Avançou onde o Google não pode ir, como fornecer dados estratégicos dos resultados para fins de marketing.
Uma de suas extensões, instalada no navegador de forma gratuita, oferece a frente de cada resultado de pesquisa dados um escore de autoridade da resposta encontrada, com base em volume e backlinks, entre outros.
São ferramentas poderosas e milionárias, porque fazem a diferença entre estar ou não no topo do Google, a cada vez que você faz uma pesquisa. E a diferença hoje entre quem vai ou não vender.
Escrever para o Google
O que isso tem a ver com escrever?
Sua história é como a dos maiores empreendedores neste ramo, mas ele caiu no meu radar sobretudo pela opção preferencial pela escrita.
Ele é o primeiro, talvez único e o mais convicto a fazer a defesa do texto longo e da escrita de qualidade como condição de sucesso.
Está a anos luz da corrente que prevaleceu até pouco tempo de que posts e textos deveriam ser curtos e rápidos para se ler em diagonal.
E que é ilusório tentar relevância na internet, onde milhões de textos relevantes são produzidos todos os dias. Só o Washington Post e a Folha de S. Paulo, juntos, produzem cerca de 500 mil diários.
Masa ele, que escreve três horas todos os dias, é capaz de convencê-lo, com suas maquinações geniais, que, apesar disso, é possível produzir conteúdo de relevância e ser percebido e achado na internet.
Ele assegura, contra toda onda em contrário, que não importa o tamanho. Mas a qualidade e a relevância.
E do quê e como, claro.
Escrever com qualidade para fazer diferença na vida das pessoas é a matéria prima do seu negócio, a mesma dos escritores que passaram uma vida achando que escrever não dá fama, sucesso e dinheiro.
Conclusão: escrever o que importa
O que, tudo somado, significa que o que publiquei no meu artigo O que aprender sobre escrever com três milionários do marketing digital, que reproduzo aqui:
1. Escrever dá dinheiro, desde que você escreva para a mensagem certa para resolver um problema objetivo de um público certo.
2. Escrever dá dinheiro se você utilizar as técnicas certas para atrair, conectar e convencer.
3. Escrever dá dinheiro se você utilizar a escrita como meio para atingir objetivos e não como fim de um produto artístico.
E os três maiores erros dos escritores de minha geração foram:
1. Pensar que apenas escrever livros era suficiente para fazer sucesso e fortuna.
2. Achar que as elaborações filosóficas da literatura sobre o sentido da existência eram mais importantes que atender a uma necessidade concreta do leitor.
3. Não utilizar a escrita para prospectar pessoas e ajudar a conduzi-las a seus resultados.
Foi não ver, em resumo, que a escrita era um meio, não um fim.
Como já escrevi em mais um artigo aqui, saber escrever meu deu tudo o que eu tenho, autoridade, carreira bem sucedida e bons salários em meus empregos.
Foi um meio, não o fim.
Publiquei livros, que não me deram fortuna, mas autoridade e respeito profissional, mas não consegui transpor meu sucesso profissional para o sucesso como escritor.
Queria o fim, não o meio. Ainda bem que procurei conciliar as duas coisas e não ficar esperando viver de literatura.
Só de um meses para cá, que opero para mudar meus paradigmas. O que faço mirando os exemplos de Neil, Érico Rocha e Raiam Santos, os três personagens do artigo acima.
Deixe um comentário