Como cheguei com a pose da Mulher Maravilha de Amy Cuddy, presente em dinheiro e a revista Crusoé no topo do Google, mesmo sabendo poucas técnicas de SEO.
De todos os meus artigos mais velhos que sempre me surpreendem pela boa colocação e volume nos resultados de busca orgânica do Google, três se destacam: o poder da pose da Mulher Maravilha, dar presente.
O poder da pose da Mulher Maravilha, dar presente ou dar dinheiro e revista Crusoé, que substituiu uma sequência sobre seu proprietário, O Antagonista, têm em comum o foco em comunicação e o fato de que chegaram lá sem que eu dominasse a fundo as técnicas de SEO.
SEO é a sigla de “Search Engine Optmization”, Otimização para Mecanismos de Busca. É um conjunto de técnicas para tornar o seu site ou blog percebível pelos sites de pesquisas, como o Google.
Mais do que isso, subir no seu ranking, rankear bem no Google, como dizem os marketeiros digitais, para atingir as primeiras posições nos resultados do deus das pesquisas.
Se obedecer a essas técnicas, você tem probabilidade de concorrer com os milhões de resultados de pesquisa que o Google oferece em segundos. Tanto quanto possível, aparecer entre os cinco primeiros resultados encontrados, sonho de 11 entre 10 produtores de conteúdo para a internet.
>>> Veja no artigo Sete dicas básicas de SEO para escrever para o Google
Nunca me preocupei em dominá-las totalmente, porque tinha tráfego direto do site em que esse meu blog vinha sendo publicado, o Uai.
Por isso me surpreendi na semana passada ao perceber uma movimentação atípica de procura por alguns textos meus no Google Analytics, uma das ferramentas disponibilizadas para monitorar seus cliques no mundo todo.
Se neste fim de semana você pesquisasse no Google “poder da presença e mulher maravilha”, para saber mais sobre a palestra e livro da americana Amy Cuddy sobre a força da postura na auto estima, teria de volta 1,410 milhão de respostas. No topo, na primeira colocação, antes mesmo da palestra famosa da autora no site de palestras TED, o artigo do meu site: O poder da presença e da pose da mulher maravilha na sua vida.
A mesma coisa se pesquisasse “dar presente em dinheiro” em relação ao artigo Dar presente ou dar dinheiro? Por que dar dinheiro é melhor?
Um terceiro, Revista Crusoe tenta ser ilha com conflitos de O Antagonista, também aparece no topo, mas é preciso forçar o termo de pesquisa para: “problemas de o antagonista” ou “limites de o antagonista”, por exemplo.
Por quê?
Algoritmo do Google mede tudo
Porque ambos atendem, sem que eu me importasse totalmente com isso, a uma série de exigências que o espertíssimo algoritmo da plataforma onipresente de pesquisas utiliza para selecionar os resultados mais relevantes para seu usuário.
Que consegue medir a consistência e a relevância com base em organização do texto e seus títulos, tamanho das frases, qualidade do material gráfico anexado, regularidade de publicação do site, citações em redes sociais ou outros sites de relevância, dentre outros.
Quando surgiram os primeiros sites de pesquisas, como Alta Vista, Yahoo e Google, o resultado era uma barafunda sem grande utilidade. As milhares de respostas não obedeciam a qualquer ordem. Era preciso navegar em várias páginas para se chegar a algo útil.
Com a capacidade de cruzar dados e extrair deles comparações, em que o algoritmo do Google passou todos os outros para trás, é factível que os textos de melhor qualidade e que respondam com mais eficiência ao que foi pesquisado estejam nas primeiras posições.
De tal modo que chega a ser desnecessário passar da quinta posição para se obter melhor informação sobre o que se busca.
Embora o site responsável por 90% do que se busca na internet continue apresentando milhões de resultados por pesquisa, especialistas estimam que o primeiro resultado recebe 40% dos cliques do pesquisador. A segunda, 30%, numa decrescente que chega a 10% na quinta posição. Raríssimos passam da primeira página.
Tanto que um diretor no Brasil da máquina de pesquisas dos produtos da Microsoft, o Bing, segundo e longínquo concorrente do Google, chegou a dizer que, se você quiser matar alguém e não ser descoberto, deve se esconder na segunda página do Google.
Nessa palestra sobre marketing digital a que assisti em 2012, o Bing tentava inutilmente concorrer ampliando o interesse para outras páginas de seu buscador. Delirando com a possibilidade que seu site de busca pudesse ser uma rede de navegação por assuntos diversos e não pelo que consagrou o Google: resultado rápido e eficiente numa página limpa.
Por que eu não levava a sério o SEO?
Sempre intuí a importância de obedecer a certas exigências para ser percebido pelo Google, mas nunca tive paciência para cumpri-las integralmente. Por circunstâncias, aspirações literárias e filosofia de vida.
Eu era publicado no maior site de notícias de Minas Gerais, o Uai, que me dava um tráfego direto sem esforço além da produção do texto.
Minhas pretensões um tanto quanto literárias na produção do texto rejeitavam que ele pudesse ser estruturado, fracionado e titulado, sob critérios pragmáticos para responder a termos de pesquisa utilitários.
E era impensável que eu pudesse concorrer com os milhares de sites que tratavam do mesmo objeto do meu interesse.
O interessado em política que fosse pesquisar “lula” descobriria nas primeiras colocações informações detalhadas sobre o crustácio. Se pesquisasse “lula presidente”, uma infinidade de sites muito mais relevantes, a começar pelo do próprio.
Por fim, que a obediência a sua regras requer certa disciplina a que eu, pelas razões elencadas, não estava interessado.
O WordPress, a principal ferramenta para elaboração e manutenção dos sites, utilizada por nove entre dez produtores de conteúdo, já vem com uma checklist de providências para você enquadrar seu texto nas técnicas de SEO.
É uma lista enjoada que cobra uma série de adequações para torná-lo visível. Vai de tamanho de títulos, parágrafos e frases, passa por indexações, publicação de resumo e tags, chega a links internos e externos. Para que o algoritmo do Google se impressione com o tempo que o internauta fica no seu site e o quanto ele se relaciona com sites relevantes. Veja dez dicas de SEO ao final >>>
Com o tempo, é possível é automatizar essas exigências e construir uma relação inteligente com o mecanismo de busca do Google, desde que você esteja disposto a se enquadrar em suas regras.
O principal passa por enquadrar seu site em um assunto específico que torne claro para o Google qual o seu negócio.
Resposta específica para a palavra chave
Você não pode ter um site de culinária e tratar de futebol. Um sobre emagrecimento e publicar textos de viagens. Não pode, como eu já fiz muitas vezes, pretender se especializar em marketing político (e suas relações com marketing e digital e pessoal) e escrever devaneios literários sobre livros, filmes e novelas. A não ser que estejam relacionados.
Depois da clareza do seu site, é necessário oferecer uma resposta que as pessoas estejam buscando. O Google tem uma série de mecanismos e ferramentas para você saber o que as pessoas estão pesquisando, no mundo, no país, por região, no último ano, no último mês ou na última hora.
Em certa época, a maioria das pesquisas era sobre “como fazer arroz”. Certamente que você não vai utilizar um site de análise política ou de viagem para ensinar a fazer arroz.
É necessário buscar palavras chave, expressões de busca, que estejam sendo pesquisadas na sua área de atuação e procurar dar a melhor resposta a ela, com o melhor texto e dentro das técnicas de SEO que o WordPress vai te pedir.
Embora resistente ao SEO, fui me adaptando com o tempo. Pelo menos no que se refere a tamanho dos títulos, das frases e dos parágrafos, colocar algumas expressões que tornem mais claros os objetivos do site, outras que possam responder a necessidades de pesquisa, tags e links. Um conteúdo cada vez mais específico, pragmático e de fundo atemporal, até onde é possível em análises conjunturais, para durar além do meu tempo.
Hoje percebo que não adianta terem sido ótimos, profundos, literários, filosóficos e de pretensões atemporais, se ninguém vai encontrá-los na internet. Uma possibilidade é voltar aos mais de 600 que escrevi aqui e reescrevê-los ou enquadrá-los em um mínimo de técnica. O que jamais farei. Mas posso consertar as coisas a partir daqui.
A essa altura, não tenho ilusões de grande tráfego. Minha natureza continua sendo do conteúdo que trabalha mais com ideias do que com as necessidades práticas que movem o mundo. Mas estou satisfeito que, das as limitações do meu negócio, como hoje, entre 100 a 300 pessoas estejam me clicando e lendo um texto meu em algum lugar do mundo.
Aparecer na primeira posição entre 1,445 milhões de resultados de pesquisa, é muito. Imaginar que a Amy Cuddy possa chegar no Brasil, pesquisar sobre sua palestra em português e perceber que o link para sua palestra apareça depois do que puxa meu texto, é demais.
Que uma pessoa em algum lugar do mundo esteja me clicando e me lendo, por interesse espontâneo, me é suficiente.
Ainda preciso de muita coisa, como um site mais limpo, frases mais curtas e organização mais didática, por exemplo. Não pretendo respeitar cegamente tudo o que o Google manda. Mas sei que vou melhorar cada mais meu posicionamento. Aguardem.
Algumas dicas essenciais de SEO
O algoritmo do Google escaneia tudo no seu site, do layout ao conteúdo. Leva em conta aparência, contrastes de cores para torná-lo mais legível e navegável, consistência e regularidade da publicação, tempo que o internauta fica no seu site, citação de/e por outros sites, tamanho de títulos, frases e parágrafos, organização de títulos e subtítulos.
Com base nisso, levantei dez dicas sumárias que podem ser complementadas com muito material relevante de profissionais mais entendidos que eu, em pesquisas… no Google.
- Faça um site limpo, arejado, ilustrado com elegância, bom contraste de cores.
- Torne seu conteúdo o mais claro e objetivo possível para o Google. Na configuração dentro do WordPress, há espaço para dizer, como no meu caso, “Técnicas e análises de comunicação e marketing”. Se o seu negócio é “Marketing em Redes Sociais”, é isso que deve ser escrito. Se é de viagens, algo como “Dicas e análises de passeios e viagens”.
- Restrinja-se a seu assunto, publique com consistência e regularidade, de uma a duas vezes por semana.
- Procure responder a necessidades de pesquisa mais comuns no Google sobre o seu assunto. Procure uma expressão de pesquisa (palavra chave) mais comum e tente dar uma resposta consistente e organizada a ela. O Google tem diferentes ferramentas para se saber o que está sendo pesquisado em cada área.
- Seja o mais específico possível. Se você tem um site de viagens e percebe que as pessoas procuram “o melhor de Paris”, é razoável supor que milhares de outros sites estão procurando dar essa mesma resposta. Para diminuir a concorrência, seja mais específico. “O melhor de Paris gastando pouco”, por exemplo. Veja no meu caso “lula traiu ciro gomes”. Há milhares de sites que apareceriam ao pesquisar “lula” ou “ciro gomes”, mas raros, como o meu, tratou do assunto.
- Procure espalhar a expressão da pesquisa ou palavra chave que está sendo respondida em diferentes pontos do texto, no título, nos subtítulos, na legenda e nas tafs da foto, no link do texto.
- Ilustre com foto e preferencialmente ilustrações e vídeos. Por coincidência, dois dos textos meus mais bem posicionados tinham vídeos no Youtube sobre eles.
- Obedeça as dicas oferecidas no WordPress, que vão lembrá-lo de adequar os tamanhos de títulos, links, criar tags, escrever um resumo (meta-descrição) que vai aparecer sob o título nos resultados.
- Inclua links de textos, imagens ou vídeos de sites relevantes que tenham relação com o seu assunto e, tanto quanto possível, cave para que outros sites e redes sociais citem o seu link. Inclua ícones de compartilhamento para redes sociais.
- Inclua links relacionados do seu próprio site, além de listas e/ou calendário de seus últimos artigos, de suas categorias, de suas tags, de forma a induzir o internauta a clicar em outros textos e permanecer mais tempo com você.
Parece complicado, mas há os milhares de programas de computador chamados plugins, gratuitos, destinados a acrescentar recursos novos ao seu site, com facilidade. Uma vez instalados os que você quer, é só escrever e editar. Com o tempo, tudo fica automático.
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