Acionistas da Petrobras dão aumento nos combustíveis como se fossem marcianos e governo contra ataca com decisão alienígena.
Presidente, diretores e acionistas da Petrobras são pessoas que vivem em Marte.
Só o fato de estarem em uma redoma de vidro explica terem proposto quatro aumentos nos combustíveis só nos últimos 50 dias, após um ano de inflação e juro quase zero.
Se eu fosse presidente da República, também iria virar a mesa.
O problema é que a empresa é um equívoco tão disparatado, um nó tão impenetrável, que qualquer decisão de governo também parece vir de Marte.
Ela tem a contradição insuperável de ser empresa que precisa dar lucro e ao mesmo tempo subsídios e caridade. Que acionista vai concordar em reduzir seu lucro para atender as demandas do governo?
Tem outra contradição terrível de ser obrigada a vender em real e contabilizar suas despesas em dólar. Vender para cidadãos assalariadas de 200 dólares pelo mesmo preço que entrega a consumidores que ganham 3 mil dólares por mês, nos países ricos.
E, a pior delas, é uma vaca leiteira dos governos federal e estaduais. É dela, dos 32% de impostos que acrescenta a seus custos e estrangula o consumidor, que retiram o sustento de seus cofres e de seu parasitismo.
Nenhum deles topa reduzir sua quota.
A Petrobras só tem futuro jeito quando deixar de ser companhia de monopólio e ainda mais de capital aberto.
Teria que ser uma pequena empresa produzindo e vendendo em reais, competindo com outras que tenham condições de abastecer o mercado interno e exportar. Coisa que ela nunca conseguiu em 70 anos. Por isso, suas dívidas em dólar.
Até lá, vão ser sempre decisões marcianas como essa de Bolsonaro.
Que, no caso, serviu para colocar lá mais um amigo militar e acabar com o que resta de ilusão sobre a vocação liberal que apregoou em palanque.
Ele é o contrário do que a empresa precisa. Um nacionalista e estatista com vocação monopolista que vai consolidar ainda mais o equívoco e impedir o que pode haver lá de fantasia de privatização.
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cristiano marques diz
Bolsonaro tem espírito de sobrevivência.
Lembrou do ocorrido na era Temer com Pedro Parente e pôs o pé no freio nos aumentos dos combustíveis.
Soluções para a Petrobrás?
É o famoso “cobertor curto”, como tudo no Brasil.