Tema recorrente em dramas políticos, o homem puro aceita entrar para a política na condição de manter intactos suas honestidade e seus propósitos, até que vai sendo moído pela máquina eleitoral e acaba abrindo mão de seus princípios.
É o caso desse O Candidato (The Candidate), de 1972, roteiro de Jeremy Larner premiado pelo Oscar.
Robert Redford faz um advogado impoluto que aceita ser candidato pelo partido Democrata, mas vai se rendendo à dinâmica da campanha em que é preciso falar o que convém e não o que se deve.
O roteirista Larner, autor de discursos de Eugene McCarthy na campanha de 1968, era do ramo. E imprimiu ao filme um tom de documentário e cinema verdade que tornou verossímel e inevitável a degradação do homem perante a máquina eleitoral.
Ajudou ainda ter dado ao personagem o perfil de um democrata da Califórnia para ecoar o discurso então caro à maioria da sociedade americana contra a guerra do Vietnã, a guerra fria e a favor dos direitos civis.
Jovem e bonito, Redford emulava também um dos jovens Kennedy, ícone das fantasias democratas americanas, num momento em que o país tinha um carrancudo republicano na Presidência, Richard Nixon.
>>> Este é o quinto dos roteiros de comédias políticas que listo em ordem decrescente por meus critérios de preferência, como explico neste artigo.
Clique para ver os resumos opinativos dos demais:
Décimo lugar: O Grande Ditador
Oitavo lugar: Ele Está de Volta
Sétimo lugar: Luar Sobre Parador
Sexto lugar: Mera Coincidência
Quinto lugar: O Candidato
Quarto lugar: Segredos do Poder
Primeiro lugar: Muito Além do Jardim
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