Cogito (ergo sum) que os torcedores da presidente Dilma Rousseff nas redes sociais, que aplaudem a decisão do STF de cancelar a eleição da Comissão Especial do Impeachment, como um aceno à legalidade, não a defendem por razões de natureza legal.
Até porque, ao pé da letra, fôssemos assim uma Suíça e não o país em que valem mais as intenções que a lei, ela estaria fora.
À exceção dos ideológicos que mal sabem por que a defendem, como todo bom fanático que já esqueceu seus motivos, percebo ao meu redor uma grande maioria silenciosa achando que seria injusto punir logo quem não é a pior entre os políticos. E menos do que os que tentam derrubá-la.
Mesmo entre a minoria dita inteligente, que lê e analisa jornais, sempre circulou o consenso de que ela não é responsável pela lambança toda.
É, sim, síndica da desgraça criada por Lula com sua irresponsabilidade fiscal, seu populismo econômico, sua frouxidão ética, que até se esforçou por limpar a casa no início do seu primeiro governo.
Para esses e aqueles, falantes ou silenciosos, seria mais justo que Lula fosse punido, que se pudesse aliviar o lado dela em troca de uma punição para ele.
E tendo a achar que se ele viesse a ser preso, como se cogita, ela ganharia um salvo conduto, um tipo de alivio na arquibancada do coliseu: “bom, tudo bem, agora ela pode até ficar”. A prisão dele em troca do mandato dela.
O que seria uma grande tramoia do destino para duas almas siamesas que se interdependiam até então: a ser verdade que a saída da pupila problemática lhe daria novo ânimo e perspectiva, a prisão dele poderia salvá-la.
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