Estão chamando o PSDB de golpista, mas a saída de Dilma no curto prazo interessa ao PMDB, que aliás não mandou representante ontem na reunião de líderes com ela.
O partido já tem seu substituto imediato, Michel Temer, que se reelegeria fácil em 2018. O PSDB prefere que Dilma sangre até lá, quando Aécio teria alguma chance contra alguém do partido: Temer, Cunha ou Eduardo Paes.
Tanto que não falou em impeachment em sua convenção de domingo e defende novas eleições no caso de Dilma sair por agora. Que é muito discutível. É sua única chance contra Temer.
Golpe ou não, a defenestração de Dilma já está precificada pelo mundo político, que não lhe vê mais grandes obstáculos. O único até meses atrás seria Lula ir para as ruas com CUT e MST. Mas o noticiário de suas relações com as denúncias da Odebrecht o debilitaram.
Tirar ou não tirar Dilma agora depende de um acerto, difícil, entre PMDB e PSDB sobre a melhor hora.
Não é um caso de vontade, muito menos dela, como amadoristicamente se expôs em entrevista à Folha de S. Paulo:
– Eu não vou cair. Eu não quero cair. As pessoas caem quando estão dispostas a cair. Não estou. Não tem base para eu cair.
Provas contra ela, se quiserem, acham fácil, débeis ou não. O impeachment passou de hipótese para possibilidade real.
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