Cogito (ergo sun) que esse atraso no pagamento do funcionalismo público mineiro pode não ser apenas falta de dinheiro, mas também estratégia. O governador Fernando Pimentel parece ter todo o jeito do caudilhismo petista que cria dificuldade para vender facilidade. Entre outras coisas:
1. Suspendeu a eleição regular de diretores de escola para retomá-la como uma grande conquista da classe.
2. Esticou o quanto pôde a corda da renegociação dos salários para se render a um aumento de 31% em três anos, dado como redenção do magistério.
3. Interrompeu recentemente os contratos com 600 professores das faculdades ligadas à UEMG, que iria até 2016, para refazê-los agora.
4. Suspendeu tudo o que andava no governo Aécio, até o noticiário do site do governo, para anunciar o caos e, em seguida, reorganizá-lo.
5. Suspendeu toda a publicidade dos veículos afinados com o governo passado e, se não estou mal informado, ir retomando a conta-gotas, para dar seu tom e suas condições.
No caso do parcelamento, joga o funcionalismo no fundo do poço para tirá-lo a partir de maio. Antes das eleições de novembro, deve anunciar alguma gracinha compensatória que fará o professorado esquecer os maus dias. E, pelo menos entre os sindicalistas de sua cozinha, como Beatriz Cerqueira do Sind-Ute, suscitar louvações como o redentor do funcionalismo.
É uma variação mais competente da máxima maquiavélica “fazer o mal de uma vez e o bem aos poucos”. No caso, desmanchar o que está pronto para anunciar a mesma coisa como se nova e de sua autoria fosse, como Lula fez com tudo o que aconteceu no Brasil até FHC. Teve escola.
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