1. Sua pupila no governo só o ouve pela metade e mantém no posto principal depois dela seu inimigo preferencial dentro do partido, Aloísio Mercadante. O PT de Dilma – Mercadante, Cardoso e Wagner – não é o PT de Lula.
2. Seu partido perdeu força dentro do Congresso e deixou passar debaixo das pernas a humilhante convocação do presidente de seu instituto para uma CPI.
3. A imprensa está de namoro leve com Dilma, apoiando as medidas de Joaquim Levy, e batendo cada vez mais nele. Como se, a cada vez que ela demonstra distância dele e de seu partido, mais a imprensa gosta.
Contribui para isso a boa articulação do governo com os políticos e a imprensa – renascida com as indicações de políticos manhosos para a coordenação política (Michel Temer) e a Comunicação (Edinho Silva) – e os equívocos dele de discurso e ação.
Que são pelo menos três:
1. Cobra ações propositivas do governo, que são impossíveis no meio do ajuste que a imprensa gosta.
2. Defende uma aproximação com a classe trabalhadora, quando o problema de comunicação do governo é com a classe média para cima.
3. Aposta na radicalização dos exércitos do Sem Terra e de outros movimentos sociais, quando tudo o que o governo, agora articulado, quer, é não criar arestas.
Com isso e as denúncias da Operação Lava Jato lambendo seus pés, esperneia para mostrar que está vivo. É possível que tema menos os juízes com os quais pode cruzar do que esse isolamento.
Como uma raposa felpuda nada faz nada sem um objetivo oculto, seu ataque ao governo e aos companheiros, mesmo em tom de pito de paizão, pode estar visando um descolamento de sua imagem dos dois.
Enfim, ele percebeu que só sai dessa se mostrar que está acima e além dos dois na aprovação popular.
Como de fato sempre esteve. Se o PT tem apenas 5% de aprovação no ABC, como ele mesmo cita no seu striptease, ele não.
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