Cinco sinais de que o governo Dilma começa a sair das cordas

O governo Dilma começa a sair das cordas. Devagar, vai retomando a agenda e controle da situação. São pelo menos cinco os sinais:

1. Impediu a instalação da CPI do BNDES, que iria desvendar as tramas para liberação de empréstimos no exterior.

2. Negociou as indicações de Henrique Alves para o Turismo e do substituto de Joaquim Barbosa no STF, Luiz Fachin, que o presidente do Senado Renan Calheiros vetaria.

3. Avançou nas negociações para imprimir a pauta de ajustes de Joaquim Levy, a começar pelo anúncio de privatização de parte da CEF.

4. Apaziguou o mercado de publicidade, o universo dos blogs patrocinados e a relação com a grande imprensa, com a nomeação de um político habilidoso para a Secretaria de Comunicação, Edinho Silva.

5. Não meteu o pé pelas mãos diante das manifestações igualmente importantes de 12 de abril. Matou bem no peito e pôs no terreno. Sintomático que o inimigo Eduardo Cunha, na nova onda, disse taxativamente que não deixará tramitar um pedido de impeachment.

E, bolo na cereja, a Petrobras reordenada pelo novo presidente vai recuperando preço prestígio, como era de se esperar assim que começasse a cuspir notícias positivas. E o noticiário da Operação Lava Jato, apesar de a cada dia mais cabeludo, desceu para a parte inferior dos sites e vai tomando cara de paisagem inerente à vida, com o sol e o mar. As manifestações de grande porte tendem a se arrefecer.

Agradeça-se ao conselho político mais heterogêneo, que esvaziou o PT, e a jogada esperta de ter colocado o vice Michel Temer para se virar com o PMDB na Câmara e no Senado. Se der errado, o problema é dele. Se der certo, o governo fatura.

Agora, é aguardar a hora em que o país começará a sair do buraco. É bem possível que, lá, Dilma dispense os serviços de Temer e volte a dar força a amigos mais chegados, como Aloizio Mercadante. Foi para ele que ela ligou para saber das coisas assim que chegou do Panamá.

Mas não do mesmo jeito, porém. Como o metabolismo da Política, como em tudo na vida, se adapta e se modifica, Temer também já não será mais o mesmo e não poderá ser jogado fora com facilidade.