Alan Greenspan foi o mais longevo presidente do Banco Central americano em tempos de paz, da era Reagan à era Bush, entre 1987 e 2006. Dele que se dizia que sabia quantos parafusos tinha um carro e o que aconteceria com a indústria americana se um deles deixasse de ser necessário.
Pois esse guru do liberalismo cevou a semente da maior de todas as crises da economia mundial, a de 2009.
Hipotecas fictícias transformaram em pó a poupança de milhões de famílias e macumbas contábeis como aquela maluca pirâmide financeira do Madoff pagava rendimento aos antigos investidores com dinheiro dos novos, sem aplicá-lo.
Era um homem de boas intenções que acreditava na boa fé dos homens e que se poderia afrouxar todos os controles do sistema monetário para que as forças do mercado o corrigisse.
Deu no que deu.
Fernando Henrique Cardoso, o príncipe dos liberais, que criou a reeleição na ilusão que mantém até hoje de que o mercado político a corrigiria, deixou para a história pelo menos três besteiras que os governos posteriores de Lula e Dilma ampliaram com rara competência:
1. O fim das licitações para agilizar as compras na Petrobras.
2. A instituição do cartão corporativo para descomplicar o pagamento de pequenas despesas da Presidência da República.
3. O Bolsa Pesca, destinada a dar um repouso de quatro meses aos pescadores e aos peixes no período da desova, entre novembro e fevereiro.
Deram no que deram.
A Petrobras virou vexame mundial, funcionários comum sacam nosso dinheiro em caixa eletrônico ao volume de R$ 8,8 milhões só no ano passado, o número de atendidos pelo Bolsa Pesca saltou de 113 mil no fim do seu governo para 880 mil em 2014.
Era um homem de boas intenções que acreditava na boa fé dos homens e que se poderia afrouxar todos os controles do sistema político para que as forças partidárias em confronto o corrigisse.
Mas em Política, como se sabe, mais do que na vida, de boa intenção o cemitério anda cheio.
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