Enquanto a Copa segue a todo vapor e o Palácio se inebria com a possibilidade de faturar com o otimismo, a candidata Dilma Roussef perde espaços significativos no que interessa e pode colocar em risco sua reeleição: as composições partidárias nos estados.
Mal das pernas em Minas e no seu principal colégio eleitoral, São Paulo, onde tem apenas 23% de aprovação, acaba de perder a terceira perna do triângulo das bermudas eleitoral brasileiro, com a adesão da ala mais forte do PMDB carioca ao adversário.
No que pode ser o prego no caixão das pretensões eleitorais da candidata no Rio, o governador Sérgio Cabral deu o troco às manobras do PT para inviabilizar seu acordo com o Palácio, pelo qual Lula vinha lutando: abriu mão de uma eleição praticamente certa para o Senado em favor de César Maia, do DEM, e da aliança de seu candidato Pezão com Aécio Neves, conforme esta matéria de Veja.
Num domingo de péssimas notícias, a Folha de S. Paulo circulou também com este levantamento de que o PMDB lançará candidatos contra o PT em 16 estados, dos quais oito alinhados a adversários da presidente.
Candidatos do partido apóiam Aécio Neves no Acre e na Bahia, Eduardo Campos em Pernambuco, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. No Piauí e em Roraima, o partido faz alianças com PSDB ou PSB.
Do ponto de vista partidário de hoje, as perspectivas para a candidata são sombrias nos principais colégios eleitorais onde ela ganhou bem em 2010: além do triângulo das bermudas e do Rio Grande do Sul, é séria a situação desmoralizante de seu partido na Bahia e a traição ou o descontentamento de seus aliados em estados do Nordeste.
Claro que o estrago ainda pode ser amenizado com o tempo na TV, a competência de sua propaganda eleitoral, a força de Lula e certa desconfiança ou desconhecimento nacional das razões da oposição.
Mas aí é preciso considerar que, mesmo com uma oposição vacilante, o discurso social que vem sustentando sua coligação partidária há mais de 10 anos dá visíveis sinais de desgaste e seu padrinho não tem mais na classe média a força que ainda demonstra onde a defesa do bolsa-família já não é necessária.
Num quadro partidário tão adverso, seria preciso um pouco mais de novidade.
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