Não é nenhum desembarque da Normandia como na sequencia inicial de O Resgaste do Soldado Ryan, de Spilberg, mas impressiona. Uma tropa avança em campo aberto entre explosões e ao som de tiros, rajadas de metralhadoras, rasantes de helicópteros, empurrada por uma trilha sonora intimidante. Daí a pouco, corpos caem, rolam por trincheiras, são arrastados e salvos sob fogo cruzado, gritaria, estampidos, sangue explodindo dos ferimentos a bala.
Sim, estamos numa superprodução.
Só que filmada num matagal em São João del Rei, por um diretor mineiro e ao custo de R$ 324 mil, segundo essa ótima matéria da revista Encontro.
Heróis é uma websérie, um formato exclusivo para internet, com duração de 8 a 12 minutos por capítulo, mas nem por isso pequena em sua qualidade e suas pretensões. O mineiro Guto Aeraphe foi o único brasileiro a participar em outubro de um festival de Marselha, na França, entre 22 profissionais de 10 países envolvidos com a nova onda. Até a Warner já embarcou e produziu webséries ao custo de 16 milhões de dólares.
Esse “Heróis”, que trata da participação de soldados brasileiros na Segunda Guerra, foi seguido por “ApocalipZe”, que se mete a tratar, nada mais e nada menos, de um ataque bioterrorista numa cidade grande.
Lá, como cá, as imagens e a ousadia impressionam. Vão de grandes tomadas aéreas a mobilização de massas desesperadas e personagens confinados naqueles ambientes claustrofóbicos, em claro-escuro, no melhor tipo de Ensaio Sobre a Cegueira, de Fernando Meirelles. Tudo muito convincente, com boa fotografia, trilha e sonoplastia.
Filmado onde, agora? No centro de BH, claro. Donde não é preciso mais sair de casa para fazer Holywood para o mundo todo ver.
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