Com que armas jogam as duas raposas felpudas na guerra de bastidores do impeachment
As duas raposas mais felpudas da malandragem política nacional estão numa guerra excitante para ver quem ganha a guerra do impeachment. Como são estratégias que não podem ser ditas à luz do dia, operam nas sombras.
Lula
Entrincheirado no hotel de onde comanda o país, no cargo informal de ministro chefe da Casa Civil que não pode legalmente assumir, o ex-presidente Lula negocia cargos e verbas com deputados vacilantes da base para garantir que a oposição não consiga os dois terços necessários (342 votos).
Como suas contas não chegam aos 172 contrários ao impeachment, tem-se empenhado em conquistar ausências num mercado onde as benesses públicas fazem mais efeito e a omissão não provoca maiores vexames: o baixo clero da Câmara, deputados dos rincões, sobretudo do nordeste, obscuros para a imprensa.
Sua grande meta é, barrado o impeachment:
- reconquistar o governo,
- tomar algumas medidas de impacto na economia,
- reorganizar as bases no Congresso,
- tentar promover algumas reformas e
- conduzir um governo de transição tanto exuberante quanto possível até 2018.
Um terceiro mandato Lula, digamos, sem voto, num golpe branco. Se não obtiver sucesso logo no curto prazo, opera para convocar novas eleições antes do fim do ano.
Eduardo Cunha
Entrincheirado na presidência da Câmara dos Deputados, onde fustiga o governo desde que o PT fez a lambança de enfrentá-lo na eleição para o cargo, o deputado Eduardo Cunha ensaia um monte de macumbas processuais para constranger os rendidos a Lula e fazer aprovar o impeachment no prazo mínimo.
Vai marcar a votação em Plenário para o domingo, 17, como forma de ampliar a presença dos movimentos de rua na Praça dos Três Poderes e entrar na grade de programação mais livre de rádios e TVs.
A chamada nominal, em que cada deputado deve declarar o voto em alto e bom som, diante das câmeras de TV, deve começar pelos estados do sul e sudeste, de maioria a favor do impeachment, e terminar no norte/nordeste, onde os argumentos de Lula surtem mais efeito.
Como se fez com Collor, os nomes dos ausentes deverão ser escandidos pausadamente por mais de uma vez. Caso perceba que o número de ausentes está fora do padrão de grandes votações, mais de 60, Cunha adia a votação para que os convencidos a faltar por Lula sejam cobrados no dia seguinte em suas bases.
Sua grande meta é, aprovado o impeachment:
- derrubar a presidente, de quem disse que cairia antes dele,
- derrubar Renan Calheiros, seu concorrente que faz o jogo do governo, qualquer governo, desde que entrou na política,
- retomar o governo para o PMDB, que já o havia tomado informalmente,
- costurar com o vice Michel Temer uma articulação para restaurar pontes com o Judiciário e, se não puder evitar, pelo menos protelar as sentenças contra,
- manter o cargo de deputado, mesmo que tenha que entregar os anéis da presidência da Câmara para não perder o dedo do foro privilegiado.
Numa imperdível entrevista ao Estadão, no sábado, o maestro da delação no Mensalão, Roberto Jefferson, disse que Lula tinha encontrado um malandro à sua altura: frio, gélido, equilibrado, que conhece o calcanhar do inimigo e sabe como chutá-lo.
É bem isso. E a recíproca é verdadeira.
aloisio santos de sa diz
Nota-se senhor comentarista sua opção e seu lado. Como este portal, em não contente e publicar uma notícia apenas como notícia, o senhor destorço fatos e toma partido. Como este portal o senhor trabalha para o golpe e contra a democracia que elegeu a presidente com 54 milhões de votos. Mas este portal e também o senhor, sempre se portaram atráz como numa procissão ao lado de corruptos e corruptores como o Aécio neves e família, Eduardo Cunha e família e agora arrumaram um novo “heroi” mais precisamente o Juiz que atropela as regras do direito e grampeia todos os que são protegidos pela constituição deste tipo de afronta. É por colunistas como o senhor que propagan o odio e o dissemina nas pgs destes portais que estamos caminhando para um limbo de falta de liberdade e de campanhas nazistas aqui e na vida lá fora, onde por exemplo usar camiseta vermelha te transforma em petista odioso. Você deveria aproveitar seu espaço e pregar a paz e a democracia.
JOAO A DA FONSECA diz
O senhor está certo,mas está circulando no zap uma frase mais certa ainda:”‘ O BRASIL DEVE SER O ÚNICO PAÍS DO MUNDO EM QUE O BANDIDO QUER PRENDER O JUIZ” não importa quanto roubou ou delinquiu,o que importa são as brechas da lei…Pobre País Rico
Daniel Santos diz
Nem se compara a mente de Lula com a mente de Cunha! Lula é capaz de movimentar seguidores públicos que somam aproximadamente 60 mil cargos pagos com o dinheiro do povo. Não esquecendo também que os comunistas de plantão dos sindicatos formam a linha de frente do exército vermelho nas manifestações e dos abastados artistas que são beneficiados pela Lei Roanet (tipo Gilberto Gil, Caetano e Chico Buarque, dentre outros), todos este abraçadinhos na farta teta da mãe pátria, em que a vaca é ordenhada pela fazendeira Dilma, dando o leite para militantes e apoiadores oportunistas de plantão. Cunha só tem uma canetinha e um regimento da câmara para se apegar. Em breve os dois deixarão uma bela história que poderá ser contata ou retrata em qualquer filme de terror.
Daniel Santos diz
Com razão Roberto Jeferson! Enquanto as raposas não são caçadas e abatidas, a melhor para se aceitar é Cunha! Cunha movimenta a Câmara com seus atos suspeitos e propositais. Lula movimenta um exército de gente penduradas em cargos públicos e sindicatos banhados fartamente com o dinheiro público. A esperteza de Cunha, jamais se compara a Lula.
Cris diz
Ótima análise!