Retomo a minha carreira de youtuber para participar da guerra cultural que está se desenhando no país, em torno e contra as teses de Olavo de Carvalho e de seu séquito crescente de seguidores.
O surpreendente volume de 4,6 milhões de visualizações do documentário 1964 – Entre Armas e Livros em cinco dias, a explosão de vídeos e a reação de deboche da intelligentsia nacional são algumas dos sintomas de que não é algo banal.
A tese é que, superada a luta do proletariado contra a burguesia e as ilusões armadas, a intelectualidade teria se inspirado no intelectual orgânico de Antonio Gramsci para fazer a revolução pacífica dominando por dentro as instituições de formação da sociedade brasileira, a universidade, a imprensa, a indústria cultural.
É um movimento que promove e promete impactos que vão mudar a cultura nacional em 20 a 30 anos, para o extremo da direita ou, na melhor hipótese, para um regime liberal.
O tempo é mais ou menos o mesmo que os movimentos libertários dos 60 e a reação à ditadura levaram para conquistar a hegemonia cultural de esquerda que tomou o poder, informal e formalmente, nas universidades, na imprensa, na produção cultural, na política.
O rombo nessa hegemonia, que começa com a pancadaria de O Imbecil Coletivo, de 1977, está no meu artigo Olavo de Carvalho e a verdade filosófica pelo pensamento independente, em que se denuncia os estragos dessa hegemonia na educação, na formação da sociedade, nas distorções da política.
Ela é o centro do filme 1964 – Entre Armas e Livros, comentado aqui no vídeo, que é a tese das teses desse universo, da nova ordem capitaneada por Olavo de Carvalho.
Vem corrigir ou iluminar a historiografia naquilo que o pensamento de esquerda, de vocação marxista, ignorou ou censurou. E construir o raciocínio de consolidação dessa hegemonia.
O filme, honesto no levantamento de dados históricos, não nega o golpe militar e nem a ditadura, embore doure a pílula. Justifica o golpe em função da conjuntura de ameaças reais de implantação de um regime de inspiração soviética e acusa a guerrilha armada de também responsabilidades na psicopatia de torturas e assassinatos do período.
Os militares teriam cochilado ou não dito inteligência ou competência para perceber ou conter essa revolução disfarçada, que desaguou nessa hegemonia depois da redemocratização e, em termos objetivos, na Constituinte de 1988.
Onde, já dominante e graças ao esvaziamento das lideranças conservadoras, implantou na nova Constituição tudo contra o que deu motivo aos militares para tomarem o governo em 1964: reformas de base, relativização de propriedade, estado tutelar e intervencionista.
Faço restrições a:
- que a tortura e assassinatos eram caso de psicopatias isoladas,
- que a tomada de poder informal pela esquerda foi algo pensado e urdido,
- que a direita também se utilizou de mecanismos de cooptação, como se atribui à KGB.
Como? Explico no vídeo:
Deixe um comentário