Se há algo a condenar no filme a que se atribui a onda de ataques contra os Estados Unidos no Oriente Médio é sua absoluta precariedade. Adereços toscos, interpretação de teatro infantil, personagens descolados dos fundos e pisos em cromaqui. Minha impressão é que, antes de cometer um atentado contra o sentimento religioso dos muçulmanos, seus realizadores cometeram um terrível atentado contra a tradição da indústria cinematográfica americana. Se motivos para fuzilamentos há, só se forem contra o mau-gosto.
Complicado também analisar além daí e nessa primeira hora mais um dos milenares conflitos do caldeirão de problemas do Oriente. O filme, como poderia ser qualquer coisa, deflagrou de novo o ódio ancestral alimentado pela mistura de interesses econômicos, políticos e religiosos em que Estados Unidos e Israel são os eternos antagonistas.
Quando for possível fazer uma análise fria – se é que um dia será possível -, vai-se ver que, como tudo em política, tem muito malandro tirando proveito da situação e manipulando o sentimento sincero dos puros. E que poderão voltar a agir a qualquer tempo quando houver novo motivo – seja um poço de petróleo, uma eleição, um filme, um cartum, uma música, uma piada.
É assim. Sempre foi assim.
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